Programa atualmente conta com 24,9 mil médicos em 4,2 mil municípios, o que representa 77% do território nacional. Novo edital vai ampliar a cobertura - Crédito: Jerônimo GonzalesO Governo Federal abriu um novo edital do Programa Mais Médicos, com 3.174 vagas disponíveis para profissionais interessados em atuar na atenção primária do Sistema Único de Saúde (SUS). As inscrições começaram nesta segunda-feira, 5 de maio, e vão até 8 de maio, com oportunidades distribuídas nas 27 Unidades Federativas.
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O objetivo é ampliar o atendimento em regiões remotas e de alta vulnerabilidade social, levando assistência médica a comunidades que enfrentam escassez de profissionais. Das vagas abertas, 3.066 serão destinadas a 1.620 municípios e 108 reservadas para 26 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs), garantindo presença médica em áreas de difícil acesso.
PRIORIDADES
A distribuição das vagas leva em conta o cenário da Demografia Médica 2025, estudo divulgado em 30 de abril, que aponta a desigualdade regional na presença de médicos. O levantamento mostra que, apesar do aumento geral no número de profissionais, muitos municípios ainda enfrentam déficit, principalmente os de pequeno e médio porte.
Segundo o Ministério da Saúde, 75,1% das vagas serão destinadas a cidades pequenas, 11,1% a municípios de médio porte e 13,8% a grandes centros, com prioridade para locais com baixa cobertura de saúde e alto índice de vulnerabilidade social.
SAÚDE DA FAMÍLIA E INTEGRAÇÃO
Os médicos selecionados integrarão equipes da Estratégia Saúde da Família, modelo que oferece atendimento contínuo e personalizado, com foco na prevenção e no acompanhamento de doenças. Esses profissionais fazem a porta de entrada do SUS, sendo os responsáveis por acompanhar os pacientes e, quando necessário, encaminhá-los para serviços especializados.
Todas as informações clínicas são registradas no Prontuário Eletrônico do Cidadão (e-SUS APS), permitindo que os dados de saúde estejam disponíveis em toda a rede pública — desde a atenção básica até a média e alta complexidade.
FORTALECIMENTO DO SUS
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforça que o Mais Médicos é parte de uma estratégia mais ampla de fortalecimento do SUS. Segundo ele, o programa contribui diretamente para melhorar o acesso da população a consultas com especialistas, exames e procedimentos, ao mesmo tempo em que reduz desigualdades regionais no acesso à saúde.
“Existe uma importante conexão entre o Mais Médicos, o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde, e o esforço contínuo em acelerar o atendimento especializado no SUS, uma das principais preocupações da nossa gestão”, declarou o ministro.
FORMAÇÃO E QUALIFICAÇÃO
O programa também se destaca por promover formação continuada para os médicos participantes. De acordo com o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Felipe Proenço, os profissionais têm acesso a cursos de especialização, mestrado e até doutorado na área de Saúde da Família.
“Mais uma vez, o Mais Médicos cumpre o papel de levar profissionais às áreas mais remotas e de maior vulnerabilidade, ao mesmo tempo em que oferece oportunidades de qualificação aos médicos. Isso significa melhor cuidado para a população e profissionais mais preparados”, afirmou o secretário.
TRÊS PERFIS DE MÉDICOS PODEM SE INSCREVER
As vagas estão abertas para três perfis de profissionais:
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Médicos brasileiros formados no Brasil, com registro ativo no Conselho Regional de Medicina (CRM);
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Médicos brasileiros formados no exterior, com diploma revalidado ou em processo de revalidação;
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Médicos estrangeiros habilitados, que tenham interesse em atuar no Brasil.
Para os dois últimos perfis, é obrigatório o cumprimento do Módulo de Acolhimento e Avaliação (MAAv), que prepara os profissionais para atuar em condições específicas, como regiões remotas e contextos de emergência em saúde pública.
MAIS DE 24 MIL MÉDICOS
O Mais Médicos atualmente conta com cerca de 24,9 mil profissionais atuando em 4,2 mil municípios, alcançando 77% do território nacional. Aproximadamente 63 milhões de brasileiros são beneficiados diretamente pelo programa. Dentre os locais atendidos, 1.700 apresentam alto grau de vulnerabilidade social, reforçando o compromisso com a equidade no acesso à saúde.
Em dezembro de 2024, o programa alcançou um marco importante ao atingir o maior número de médicos em atuação nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs): 601 profissionais prestando assistência em comunidades indígenas espalhadas pelo país.
CADASTRO RESERVA
Outra novidade é a criação do cadastro reserva, implementado em março de 2025. Por meio dele, 2.450 municípios e oito DSEIs puderam registrar interesse em reposições futuras de vagas. Esse mecanismo permite agilidade na substituição de médicos, garantindo que a assistência à população não seja interrompida.
O cadastro reserva representa um avanço na gestão do programa, ao permitir respostas mais rápidas a mudanças de quadro, licenças médicas ou desligamentos, sem depender de novos editais imediatos.
