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PADRÃO QUESTIONÁVEL

Assistentes digitais com voz feminina são sexistas, aponta relatório da ONU

23 maio 2019 - 14h17

Assistentes digitais que respondem com voz feminina e que são apresentados como mulheres estão reforçando estereótipos sexistas, segundo um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado nesta quarta-feira (23).

A maioria dos assistentes, como Siri, da Apple, Alexam, da Amazon, e Cortana, da Microsoft, foram concebidos para parecer femininos, dos nomes até às vozes e personalidades, disse o estudo.

Os programados são desenvolvidos para serem submissos e servis, o que inclui responder educadamente a insultos, e por isso reforçam a tendência de gênero e normalizam o assédio sexista, disseram pesquisadores da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

"A submissão da Siri ao abuso de gênero - e a servilidade expressa por tantos outros assistentes digitais projetados como mulheres jovens - fornece uma ilustração poderosa das tendências de gênero codificadas em produtos tecnológicos", disse.

Apple, Amazon e Microsoft não estavam disponíveis de imediato para comentar.

Uma porta-voz da Microsoft disse anteriormente que a empresa pesquisou opções de voz para Cortana e descobriu que "uma voz feminina serve melhor o nosso objetivo de criar um assistente digital".

Soluções do relatório

Os assistentes de voz se tornaram parte da vida cotidiana de muitas pessoas e hoje representam quase um quinto de todas as pesquisas na internet, disse o relatório, que argumentou que eles podem ter um impacto cultural considerável.

"O mundo precisa prestar muito mais atenção a como, quando e se as tecnologias de IA recebem um gênero e, o que é crucial, quem lhes dá um gênero", disse Saniye Gulser Corat, diretora de igualdade de gênero da Unesco.

O relatório pediu às empresas que adotem ações como parar de criar assistentes digitais com voz feminina como padrão, explorar opções de gênero neutro e programar os assistentes para que desestimulem insultos com base no gênero e a linguagem abusiva.