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HISTÓRIAS REAIS

Mulher em foco: “Sempre fui gorda e ouvia que para casar e ter filhos teria que emagrecer”

11 fevereiro 2022 - 12h25Por Ascom Prefeitura

 Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado no próximo dia 8 de março, a Prefeitura de Araguaína inicia a série de entrevistas "Mulheres em foco". O objetivo é mostrar histórias reais de mulheres araguainenses que enfrentaram e superaram situações de preconceito ao longo da vida.

A primeira personagem da série é a advogada e empreendedora Luciana Coelho, de 39 anos, que durante sua trajetória enfrentou desafios por ser mulher e gorda. Espontânea, cheia de alegria e segura de si, Luciana conta o caminho percorrido até vencer os estigmas impostos pela sociedade e alcançar a aceitação, o amor e respeito a si mesma.

Eu sempre fui gorda, fora do que chamam de padrão de mulher, sofri muito com as piadinhas e comentários que ouvia de conhecidos e de outras pessoas. Lembro que sempre me sentia a diferente, estranha, como se não fosse um ser humano como todos”, relembrou a empresária.

Dedicada aos estudos, se destacava entre os colegas pela inteligência e espontaneidade. Formou em advocacia e começou a exercer a profissão em um período em que as mulheres ainda estavam em ascensão nessa área profissional. Enfrentou um duplo desafio nessa fase da vida por ser mulher e gorda.

Superando o preconceito
Algo que ouvia bastante era que para casar, ter filhos, ser uma mulher realizada em todas as áreas da vida, que sempre foi meu sonho, eu precisava emagrecer, que gorda não seria possível. Ficava muito triste e paralisada, por isso decidi buscar ajuda”, contou Luciana.

Foi preciso passar por acompanhamento psicológico, em que avançou no processo de aceitação e amor a si mesma. Foi uma virada pessoal que trouxe superação e sucesso, em meados de 2018, decidiu se lançar no mundo da moda e como modelo foi a representante do Tocantins no Concurso Plus Model Brasil, primeira porta de muitas que se abriram na vida da advogada.

Empreendedora
Luciana passou a ser exemplo de autoestima e superação entre as mulheres plus size. Além de ser apoio emocional, decidiu investir no ramo da moda nessa categoria e inovar com peças a partir da numeração 44.

Eu vivi na pele o que é sair para comprar roupas e não encontrar a numeração que me cabia e decidi vender peças com a numeração e modelagem adequadas para nosso corpo e assim também ajudar a tantas mulheres que vivem essa realidade, dando meios de destacarem a beleza que temos e ajudar a cada uma a se sentir bem e amada, porque somos”, completou a empreendedora.

Família
Diferente do que ouvia quando jovem, Luciana encontrou alguém que a respeita e ama como ela é. Depois de um ano de namoro, foi pedida em casamento e selou a união em outubro do ano passado.

O amor não é estereótipo, não é biotipo, não é um cálculo previsível. Compreendi que primeiro ele nasce dentro de mim, porque só quando nos amamos e nos aceitamos verdadeiramente o amor vem, sem se apegar somente ao que os olhos veem, mas ao que traz realmente o coração, a essência de ser humano”, concluiu.