Após 36 anos e muitas polêmicas ferrovia Norte-Sul é finalmente concluída
13 JUN 2023 • POR Da Redação • 08h17O Brasil acaba de concluir uma das maiores obras de logística, sem muito alarde. 36 anos depois, a Ferrovia Norte-Sul está pronta. No mês de maio, o último trecho - entre Palmeiras de Goiás e Goianira - foi entregue, fechando assim, a "nova-velha" estrada de ferro.
A Norte-Sul, que na verdade deveria se chamar de Norte-Sudeste, previa ser um trem de 4,1 mil quilômetros que cruzaria todo o país do porto de Itaqui, no Maranhão, até o porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Contudo, em meio a problemas técnicos, escândalos e R$ 15 bilhões investidos, acabou se tornando uma ferrovia de apenas 2,2 mil quilômetros, entre Açailândia, no Maranhão, e Estrela d'Oeste, em São Paulo.
O trajeto é pequeno, mas ainda é grandioso. Cruzando quatro regiões brasileiras (Centro-Oeste, Norte, Sudeste e Nordeste), ele trará diversos benefícios. De acordo com Paulo Resende, do Núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral, essa mudança pode ser promissora, gerando uma redução minorando custos de frete em até 40%. Além disso, pode ser o ponta-pé inicial para uma nova maneira de ver a logística no país.
Impulso econômico
A Ferrovia da Região Centro-Oeste terá ganhos tremendos para a economia, pois trará investimentos e inovações na área logística. Apesar de terem cortado o projeto ao meio, é uma obra grandiosa, que lembra a Transamazônica, influenciada pelos trilhos.
“A Ferrovia Norte-Sul representa um sonho antigo para a infraestrutura logística brasileira, principalmente quando olhamos para a Malha Central, que acaba de ter as obras concluídas”, diz Guilherme Penin, vice-presidente de Regulação e Expansão da Rumo, empresa que opera o maior trecho da concessão, de 1.537 quilômetros, entre Porto Nacional (TO) e Estrela d’Oeste (SP).
Ele prossegue: “A tendência é de uma atração de investimentos, que resultará em ganho de escala na oferta de produtos, mais oportunidades de emprego e maior participação econômica de estados como Goiás e Tocantins.”
A partir de agora, três estados sem saída para o litora - Goiás, Tocantins e Minas Gerais - passarão a escoar sua produção de grãos e demais cargas por meio de duas interconexões ferroviárias. A VLI, subsidiária da mineradora Vale, operará um trecho de 720 quilômetros entre Açailândia (MA) e Porto Nacional (TO). Com isso, essas mercadorias chegarão aos portos de Itaqui (MA) e Santos (SP), localizados, respectivamente, no Norte e no Sul.