CNJ investiga desembargador e juiz do TO por suspeita de corrupção
31 JUL 2025 • POR Da Redação • 10h45
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) instaurou um Pedido de Providências para apurar denúncias anônimas de corrupção, lavagem de dinheiro e outras práticas ilícitas envolvendo o desembargador Pedro Nelson de Miranda Coutinho e o juiz Jordam Jardim Silva, ambos do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO). O despacho foi assinado por Lizandro Garcia Gomes Filho, juiz auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça.
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ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
A denúncia, protocolada em julho de 2025, relata movimentações patrimoniais supostamente incompatíveis com as rendas declaradas dos magistrados. Entre os pontos destacados estão:
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Construção de uma mansão avaliada em R$ 10 milhões às margens do lago em Palmas, supostamente com recursos de origem ilícita;
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Compra e venda de frações de imóvel rural por valores muito abaixo do mercado, levantando indícios de lavagem de dinheiro;
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Posse compartilhada de uma embarcação de luxo, registrada em nome dos dois magistrados, que teria sido adquirida com valores pagos por um advogado réu em processo criminal em troca de favorecimento judicial.
PROPINA EM CASO DE HOMICÍDIO
Outro trecho da denúncia afirma que o desembargador teria solicitado R$ 5 milhões para conceder liberdade a Bruno Teixeira, condenado pelo assassinato do empresário Elvisley Costa de Lima em 2020. O suposto intermediário do pagamento seria um homem identificado como “Grego”, apontado como laranja do magistrado.
ATUAÇÃO DE FAMILIARES
O documento cita ainda a filha do desembargador, a advogada Ana Laura Coutinho, como beneficiária de honorários de R$ 629 mil que poderiam mascarar repasses ilegais.
Além disso, a denúncia aponta suposta proximidade dos magistrados com o delegado da Polícia Federal Mauro Fernando Knewitz, que teria vazado informações sigilosas de operações, incluindo a Operação Máximus, permitindo que Pedro Nelson tivesse acesso antecipado às diligências da PF.
INVESTIGAÇÃO ABRANGENTE
O material enviado ao CNJ inclui fotos, vídeos, extratos bancários, registros cartoriais e um pen drive com informações que sustentariam as acusações. O órgão determinou a autuação do processo e o envio do caso para apuração pela Corregedoria Nacional de Justiça, Ministério Público Federal e Polícia Federal.
Procurados pelo Jornal Opção Tocantins, o Tribunal de Justiça do Tocantins e a Corregedoria-Geral de Justiça do Estado informaram que ainda não foram oficialmente notificados, mas se colocaram à disposição para colaborar com as investigações.