Trump sinaliza conversa com Lula, mas critica gestão brasileira
1 AGO 2025 • POR Da Redação • 19h44
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (1º) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode ligar para ele "quando quiser". A declaração foi dada durante interação com a imprensa, em meio ao impasse diplomático provocado pela tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os EUA.
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RESPOSTA À PERGUNTA SOBRE DIÁLOGO COM O BRASIL
O comentário de Trump foi feito após questionamento da repórter Raquel Krähenbühl, da TV Globo, sobre a possibilidade de uma conversa direta entre os dois líderes.
"Ele pode falar comigo quando quiser", disse o presidente americano.
Apesar da sinalização, Trump criticou a atual gestão brasileira sem especificar quais medidas foram alvo de sua insatisfação. "As pessoas que estão comandando o Brasil fizeram a coisa errada", afirmou. Em seguida, acrescentou: "Amo o povo do Brasil. Vamos ver o que acontece".
DIPLOMACIA EM SUSPENSE
Fontes do Itamaraty avaliaram a fala como um gesto positivo, mas destacaram que uma ligação entre Lula e Trump ainda exige preparação prévia.
Interlocutores do governo brasileiro já haviam informado ao blog do jornalista Gerson Camarotti, no início da semana, que Lula estava disposto a telefonar para Trump, desde que houvesse garantias de que seria atendido.
Entretanto, em entrevista ao The New York Times publicada na quarta-feira (30), Lula declarou que “ninguém nos EUA quer conversar” sobre a medida tarifária. Segundo o presidente, o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros da Agricultura e da Economia tentaram contatos com autoridades americanas, sem sucesso.
Fontes do Planalto afirmaram ainda que os canais de comunicação com a Casa Branca seguem fechados, dificultando qualquer aproximação política direta com a gestão Trump.
TARIFAÇO DE 50% COMEÇA EM 6 DE AGOSTO
Na quarta-feira (30), Trump assinou uma ordem executiva estabelecendo a aplicação de tarifa adicional de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos EUA. A medida, que entra em vigor no próximo dia 6 de agosto, foi anunciada por carta enviada a Lula no início de julho.
Segundo a Casa Branca, a decisão foi motivada por práticas do governo brasileiro que teriam prejudicado empresas americanas, violado a liberdade de expressão de cidadãos dos EUA e comprometido interesses estratégicos. As alegações apontam para ações implementadas via Poder Judiciário, incluindo ordens para entrega de dados de usuários e remoção de conteúdos em plataformas digitais.
SANÇÃO ALEXANDRE DE MORAES AUMENTA TENSÃO
No mesmo dia do anúncio das tarifas, o governo americano sancionou o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, com base na Lei Magnitsky, utilizada para punir autoridades estrangeiras acusadas de violar direitos humanos.
Com a sanção, eventuais bens do ministro nos EUA foram bloqueados, assim como empresas a ele associadas. Além disso, Moraes está proibido de realizar transações financeiras com cidadãos e companhias americanas, incluindo o uso de cartões de crédito emitidos por bandeiras dos EUA.