Governo prepara pacote emergencial contra tarifaço dos EUA

O governo federal deverá anunciar na próxima semana um conjunto de ações para apoiar os setores prejudicados pelo aumento de 50% nas tarifas de importação dos Estados Unidos. Entre as propostas em análise estão:

• Adiamento temporário do pagamento de impostos federais para empresas afetadas, com retomada antes do fim do ano.

• Programa de compras públicas de produtos que perderão espaço no mercado externo, especialmente alimentos perecíveis.

• Antecipação de créditos tributários.

• Linhas de crédito com condições diferenciadas via BNDES, priorizando empresas mais impactadas.

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ANÚNCIO ESCALONADO

O pacote será divulgado em etapas. A primeira parte deve ser apresentada até a próxima semana, enquanto outras ações de médio e longo prazo serão anunciadas posteriormente. Não há consenso sobre possíveis medidas de reciprocidade contra os Estados Unidos, que, se adotadas, ocorrerão em um segundo momento.

TRÂMITE DA PROPOSTA

O texto da medida provisória está em ajustes no Ministério da Fazenda e na Casa Civil. A previsão é que a parte técnica seja concluída na sexta-feira (8), com apresentação ao presidente Lula após sua viagem oficial ao Acre e Rondônia. O governo afirma que as divergências existentes são técnicas e pontuais, sem atritos entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

FOCO EM EMPRESAS MAIS IMPACTADAS

O Palácio do Planalto busca evitar que empresas não afetadas pelo tarifaço se beneficiem das medidas. A preocupação vem de experiências passadas, como o Perse, criado para o setor de eventos na pandemia, mas que foi utilizado por empresas de outras áreas. Lula solicitou um mapeamento detalhado, "CNPJ por CNPJ", para garantir que apenas empresas diretamente prejudicadas sejam contempladas.

REAÇÃO ESTRATÉGICA

Apesar de considerar importante responder ao tarifaço, o governo quer calibrar o pacote de acordo com a evolução das negociações comerciais. Uma parte da equipe acredita que Donald Trump não conseguirá manter as tarifas por muito tempo, devido ao impacto nos preços internos nos EUA. As medidas estão sendo planejadas para garantir respostas rápidas, caso o cenário se agrave no médio e longo prazo.