IMPACTO NA ECONOMIA

Tarifas impostas por Trump e afetam em cheio exportações do Tocantins

11 AGO 2025 • POR Da Redação • 18h48
efeito varia entre os estados brasileiros, com Nordeste e Sul concentrando maiores porcentuais de sobretaxa - Eduardo Knapp

As tarifas de 40% impostas pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos importados do Brasil começaram a valer na última quarta-feira (6). O aumento atinge pelo menos metade das vendas brasileiras para o mercado americano em 22 estados. Em oito deles, o impacto ultrapassa 95%.

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TOCANTINS ENTRE OS MAIS AFETADOS

Tocantins, Alagoas, Acre, Amapá, Ceará, Rondônia, Paraíba e Paraná têm de 95% a 100% de suas exportações para os EUA impactadas. No caso do Tocantins, todas as vendas — como carne bovina, peptona, sebo animal, ossos, gelatina e derivados — estão na lista tarifada. Em 2024, o estado exportou US$ 74 milhões para o mercado americano, que foi apenas o sexto destino das vendas externas. A China liderou, com 47% do total.

DESIGUALDADE ENTRE REGIÕES

O Sudeste, apesar de concentrar o maior valor absoluto tarifado, foi beneficiado com mais isenções, especialmente em produtos de alto valor agregado, como aviões, petróleo e suco de laranja. Isso ameniza o impacto para estados como São Paulo, que exportou US$ 13 bilhões aos EUA em 2024, dos quais 56% serão tarifados.

NORDESTE E NORTE SENTEM MAIS

Nos estados do Nordeste e do Norte, a falta de isenções e a concentração de produtos de baixo valor agregado — como frutas, pescados, calçados e vestuário — aumentam a vulnerabilidade. No Ceará, 98,6% das exportações para os EUA serão tarifadas, e quase metade do comércio exterior do estado depende desse mercado.

EFEITOS REGIONAIS E SETORIAIS

Especialistas apontam que, embora o impacto no PIB nacional seja limitado, setores e microrregiões podem sofrer perdas significativas. No Rio Grande do Sul, por exemplo, o efeito pode representar até 1,1% do PIB estadual em um ano, afetando cadeias produtivas de calçados, armas e munições.

SETOR EMPRESARIAL EM ALERTA

Empresas como a Taurus, em São Leopoldo (RS), que envia 80% da produção de armas aos EUA, correm o risco de enfrentar forte queda no faturamento, afetando também fornecedores e empregos. Economistas defendem que medidas de apoio do governo sejam personalizadas por empresa, e não apenas setoriais.