Descoberta abre caminho para revolucionar tratamentos contra obesidade
17 AGO 2025 • POR Da Redação • 17h44
A obesidade já é considerada uma pandemia. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que mais de 2,5 bilhões de adultos e 390 milhões de crianças estão acima do peso. O excesso de gordura corporal aumenta o risco de doenças graves, como diabetes tipo 2, problemas cardíacos, doença renal crônica e diversos tipos de câncer.
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MICROPROTEÍNAS PODERIAM MUDAR O TRATAMENTO
Pesquisadores do Instituto Salk, nos Estados Unidos, identificaram dezenas de microproteínas, chamadas de “proteínas lixo”, que antes eram ignoradas pelos cientistas. Essas moléculas parecem ter relação direta com o armazenamento de gordura no corpo, oferecendo uma nova perspectiva para o desenvolvimento de tratamentos contra a obesidade.
LIMITES DOS TRATAMENTOS ATUAIS
Medicamentos como Ozempic e Wegovy ajudam muitas pessoas a perder peso, mas não funcionam para todos. Podem causar efeitos colaterais e o peso frequentemente retorna após a interrupção do tratamento. Por isso, novas alternativas estão sendo pesquisadas.
COMO FOI O ESTUDO
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Os pesquisadores usaram a tecnologia de edição genética CRISPR para analisar milhares de genes em células de gordura.
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Identificaram microproteínas que controlam a multiplicação das células adiposas e o acúmulo de lipídios.
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Uma microproteína específica, chamada Adipocyte-smORF-1183, mostrou impacto direto no desenvolvimento e armazenamento de gordura.
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O rastreamento com CRISPR facilita a descoberta de fatores ligados à obesidade e pode acelerar a criação de novos medicamentos.
ARMAZENAMENTO DE GORDURA E SAÚDE
Quando há excesso de energia ingerida em relação à queimada, as células adiposas acumulam gordura em tamanho e quantidade. O acúmulo excessivo pode prejudicar órgãos e causar inflamação generalizada. Microproteínas ajudam a manter o equilíbrio do corpo, mas alterações em sua função podem levar a problemas metabólicos e imunológicos.
PRÓXIMOS PASSOS PARA TRATAMENTOS
Apesar de promissora, a microproteína Adipocyte-smORF-1183 ainda precisa passar por mais estudos para avaliar possíveis efeitos colaterais. Os pesquisadores do Instituto Salk pretendem continuar identificando outras microproteínas que possam servir como alvos para terapias futuras contra obesidade e distúrbios metabólicos.
DECLARAÇÃO DE PESQUISADOR
“Queríamos saber se havia algo que não tínhamos descoberto sobre processos metabólicos. Não somos os primeiros a rastrear microproteínas com CRISPR, mas somos os primeiros a procurar microproteínas envolvidas na proliferação de células de gordura. Este é um grande passo para a pesquisa sobre metabolismo e obesidade”, afirmou Victor Pai, pesquisador de pós-doutorado no laboratório de Saghatelian, do Instituto Salk.