CPMI do INSS começa com mais de 900 pedidos; escândalo envolve bilhões
26 AGO 2025 • POR Da Redação • 08h34
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga desvios no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) realiza nesta terça-feira (26) sua primeira sessão. A pauta já acumula 910 requerimentos à espera de votação.
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INVESTIGAÇÃO APURA R$ 6,3 BILHÕES EM FRAUDES
A CPMI foi instalada na semana passada para apurar fraudes em benefícios do INSS. De acordo com a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU), os desvios podem chegar a R$ 6,3 bilhões. O esquema envolvia descontos mensais em aposentadorias e pensões sem autorização.
Grande parte dos pedidos é para convocar pessoas ligadas ao escândalo revelado em abril pela PF e CGU. Entre eles, parlamentares pediram a convocação do ex-presidente Jair Bolsonaro e dos ex-presidentes Dilma Rousseff e Michel Temer, além do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
PRINCIPAIS ALVOS DA CPMI
O nome com mais pedidos é Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “careca do INSS”, com 15 solicitações para ser ouvido, além de pedidos de quebra de sigilo bancário e análise pelo Coaf.
Outros nomes citados:
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Ahmed Mohamad Oliveira Andrade (José Carlos Oliveira), ex-presidente do INSS no governo Bolsonaro – 13 pedidos;
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Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS – 12 pedidos;
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Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência – 11 pedidos, incluindo quebra de sigilos;
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Wolney Queiroz, atual ministro da Previdência – 8 pedidos.
NÚMEROS DOS REQUERIMENTOS
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420 convocações e 59 convites para depoimentos;
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178 pedidos de quebras de sigilo, sendo 147 bancários;
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172 solicitações de relatórios financeiros ao Coaf;
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75% dos pedidos foram apresentados por parlamentares da oposição.
VAGA DE VICE-PRESIDÊNCIA SEGUE EM ABERTO
A comissão ainda vai escolher o vice-presidente. O nome mais cotado é o do deputado Marcel van Hatten (Novo-RS), mas não há consenso. O governo estuda indicar Duarte Jr. (PSB-MA) como alternativa.
DURAÇÃO E FOCO DAS INVESTIGAÇÕES
A CPMI terá prazo inicial de seis meses, prorrogável, e conta com 32 membros titulares. A investigação pode ser ampliada para fraudes em empréstimos consignados.
IMPACTO POLÍTICO
A oposição pretende usar a comissão para desgastar o governo Lula. Já governistas querem associar as fraudes ao período do governo Bolsonaro. O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), disse que o objetivo é esclarecer os fatos e evitar novos desvios.