FAMÍLIA REGISTROU B.O

Vídeo mostra padre evitando dizer nome de bebê durante batismo no Rio de Janeiro

27 AGO 2025 • POR Da Redação • 11h50
Família diz que padre se recusou a falar nome de criança durante batismo no Leblon - Reprodução TV Globo

Um batizado realizado em uma igreja católica no Leblon, Zona Sul do Rio de Janeiro, chamou atenção após o padre se recusar a pronunciar o nome da criança, Yaminah. A família afirma que o religioso alegou que o nome teria ligação com um culto religioso.

Participe do grupo do O Norte no WhatsApp e receba as notícias no celular.

O momento foi registrado por uma tia da menina. Nas imagens, é possível ouvir familiares pedindo que o padre fale o nome, mas ele insiste em se referir à criança apenas como “a criança” ou “a filha de vocês”.

DECLARAÇÃO DA FAMÍLIA

Segundo a mãe, Marcelle Turan, o episódio começou ainda na sacristia. “O padre chamou a minha sogra e disse que não falaria o nome da nossa filha porque não era cristão. Depois, ele sugeriu usar Maria antes, mas não aceitamos”, relatou.

Durante o batismo, quando o padre derrama água sobre a cabeça da criança, o nome Yaminah não foi mencionado, conforme os familiares.

SIGNIFICADO DO NOME

Marcelle e David Fernandes explicam que escolheram o nome com cuidado. “Queríamos algo forte, com significado importante. Yaminah significa justiça, prosperidade, direção. É um nome muito bonito, não havia necessidade disso acontecer”, disse a mãe.

Especialistas em religião esclarecem que, embora o Código de Direito Canônico recomende evitar nomes “alheios ao sentido cristão”, isso não impede o batismo. Rodrigo Toniol, professor da UFRJ, afirma: “Desde a década de 1980 não é obrigatório ter um nome de santo. Qualquer pessoa pode ser batizada com qualquer nome”.

POSIÇÃO DA IGREJA

A Arquidiocese do Rio informou que o sacramento foi realizado corretamente e que o nome da criança não precisa ser citado em todos os momentos da liturgia. O texto reforça que orientações pastorais sobre nomes são apenas sugestões, sem caráter obrigatório.

A família registrou ocorrência na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, classificando o episódio como preconceito por raça, cor ou religião. A Arquidiocese afirmou que repudia qualquer forma de discriminação e reforçou seu compromisso com acolhimento, diálogo e respeito à diversidade cultural.