Sistema de GPS de avião de chefe da UE é desativado no ar por suposta interferência russa

O avião que transportava a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, teve o sistema de GPS bloqueado enquanto se aproximava da Bulgária neste domingo (1º). Uma porta-voz da União Europeia indicou que há suspeita de interferência russa.

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INTERFERÊNCIA CONFIRMADA PELA UE

“Podemos, de fato, confirmar que houve bloqueio de GPS, mas o avião pousou em segurança na Bulgária. Recebemos informações das autoridades búlgaras de que suspeitam que isso se deveu a uma interferência descarada da Rússia”, afirmou Arianna Podesta, porta-voz da UE, em coletiva de imprensa.

Podesta ressaltou que os países europeus estão acostumados a ameaças e intimidações do governo de Vladimir Putin, reforçando o conceito de guerra híbrida promovida pela Rússia e a necessidade de reforçar a segurança no continente.

PILOTOS UTILIZARAM MAPAS DE PAPEL

Segundo o "Financial Times", o jato perdeu os sistemas eletrônicos de navegação durante a aproximação ao aeroporto de Plovdiv, segunda maior cidade da Bulgária. Os pilotos precisaram aterrar utilizando mapas de papel após cerca de uma hora circulando a região.

“Todo o sistema de GPS da área do aeroporto saiu do ar. (...) Foi uma interferência inegável”, declarou uma autoridade do aeroporto ao jornal britânico.

RÚSSIA NEGA ENVOLVIMENTO

Até o momento, a Rússia não se pronunciou oficialmente sobre o incidente. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, negou qualquer envolvimento do governo russo.

CONTEXTO DA VISITA DE VON DER LEYEN

Ursula von der Leyen está em uma visita de quatro dias a países da UE que fazem fronteira com a Rússia. Recentemente, chamou Putin de “um predador que só pode ser contido com forte coerção” e discutiu planos para enviar tropas à Ucrânia após um cessar-fogo, algo considerado inaceitável por Moscou.

Na Bulgária, o foco da visita é discutir segurança e defesa diante de ameaças russas. O país não faz fronteira terrestre com a Rússia, mas ambos são banhados pelo Mar Negro, a cerca de 400 km da península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.