Deputado divide opiniões com vídeo simulando tortura para divulgar banca de concurso da Assembleia
2 SET 2025 • POR Da Redação • 15h14O presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), deputado estadual Bruno Peixoto (UB), causou polêmica nas redes sociais ao divulgar a banca responsável pelo concurso público da Casa em 2025 de forma inusitada.
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Em um vídeo postado no domingo (31), Peixoto aparece encapuzado e com as mãos amarradas, simulando um interrogatório em que seria forçado a revelar a informação. Durante a encenação, um homem com o rosto coberto ameaça o parlamentar e finge afogá-lo em um tambor com água.
Após a pressão fictícia, Peixoto anuncia: “A vencedora do certame do concurso público da Assembleia Legislativa 2025 é a Fundação Getúlio Vargas (FGV)”.
DEPUTADO DEFENDE AÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE MARKETING
O vídeo, que já ultrapassa 170 mil visualizações no Instagram e soma mais de quatro mil curtidas, dividiu opiniões. Em defesa, Bruno Peixoto afirmou que não compactua com a prática de tortura e que o objetivo foi apenas chamar atenção para a divulgação do concurso.
“Eu precisei de uma estratégia de marketing para divulgar e atingir o maior número de pessoas. Esse vídeo eu copiei de um prefeito que estava fazendo o maior sucesso nas redes sociais e deu resultado”, justificou.
CONCURSO TERÁ MAIS DE 100 VAGAS
Segundo informações da Alego, após a definição da banca, o próximo passo é a assinatura do contrato com a FGV. O edital deve ser publicado em breve, com previsão de mais de 100 vagas para cargos de nível médio e superior. Os salários devem variar entre R$ 7 mil e R$ 14 mil.
REAÇÕES DIVIDIDAS NAS REDES SOCIAIS
Nos comentários, internautas se dividiram entre elogios e críticas. Alguns consideraram a ação criativa e bem-humorada:
“Deputado está muito criativo para dar informações! Continue assim”, escreveu um seguidor.
“Quem está estudando e se preparando está ansioso para esse momento. Um pouco de bom humor é bem-vindo!”, opinou uma eleitora.
Outros, porém, criticaram a encenação por simular uma situação de violência:
“Vídeo de extremo mau gosto!”, disse uma usuária.
“Que sádico brincar com algo terrível”, criticou outro comentário.
ESPECIALISTAS CONDENAM SIMULAÇÃO
Para especialistas, a estratégia foi infeliz. Cássio Thyone, membro do Conselho do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, considerou o vídeo uma apologia à violência:
“Para fazer propaganda de um concurso, nem ele e nem ninguém precisaria recorrer a algo que remete à violência. A sociedade já é violenta o suficiente”, afirmou.
O advogado Márlon Reis, da Educafro, também condenou a atitude:
“Não há como tolerar ou aceitar que uma autoridade pública faça uso de algo tão terrível em busca de likes”, destacou, lembrando que a tortura ainda é uma prática presente no país.