A CAMINNHO DE BRASÍLIA

Wanderlei acusa Laurez de perseguir e tramar seu afastamento

3 SET 2025 • POR Da Redação • 19h23
"Eu vou lutar para que possa restaurar o meu governo" afirma Wanderlei - Reprodução

O governador afastado do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), publicou um vídeo em suas redes sociais no final da tarde desta quarta-feira (3/9), em que se declara vítima de perseguição política e acusa diretamente o vice-governador Laurez Moreira (PSD) de articular seu afastamento do cargo.

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Em Brasília, onde acompanhará os desdobramentos do processo no Superior Tribunal de Justiça (STJ), Wanderlei afirmou:

“Eu sabia o que ele [Laurez] estava fazendo. Tinha informações diárias dele em Brasília, tentando o tempo inteiro me afastar do mandato, de uma função que fui eleito com quase 500 mil votos”.

SAGA DE PERSEGUIÇÕES

O governador afastado relatou ainda enfrentar uma “saga de perseguições” nos últimos dois anos e prometeu lutar para retomar o cargo.

“Eu vou lutar para que possa restaurar o meu governo, um governo que mudou os rumos do Tocantins”, disse.

Ele também exaltou os feitos de sua gestão, citando investimentos em estradas, escolas, hospitais e segurança pública, além de melhorias econômicas. Wanderlei agradeceu mensagens de apoio e pediu solidariedade popular:

“Estamos de pé, na luta por um Estado que queremos ver cada vez melhor”.

SOBRE O AFASTAMENTO

Mais cedo, a Corte Especial do STJ confirmou, por unanimidade, o afastamento de Wanderlei e da primeira-dama, Karine Sotero, pelo prazo de 180 dias. O relator do caso, ministro Mauro Campbell, apontou indícios de que o governador e aliados teriam estruturado um esquema de desvio de recursos em contratos de fornecimento de cestas básicas durante a pandemia da Covid-19.

As investigações da Polícia Federal, dentro da Operação Fames-19, apontam movimentações financeiras suspeitas que somam mais de R$ 73 milhões. Parte dos valores, segundo a apuração, teria sido usada para despesas pessoais da família Barbosa e investimentos em empreendimentos de luxo, como a pousada Pedra na Canga, em Taquaruçu.

IMPACTO POLÍTICO

A operação também atingiu a Assembleia Legislativa, com mandados de busca e apreensão cumpridos em dez gabinetes de deputados reeleitos, além de ex-parlamentares investigados por destinar emendas ao programa de cestas básicas. O prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), também foi alvo de buscas.

Com a decisão do STJ, o vice-governador Laurez Moreira assumiu interinamente o comando do Executivo estadual. Despachando do Palácio Araguaia, ele destacou cautela no enfrentamento da crise política e iniciou mudanças no primeiro escalão do governo.

NOTAS OFICIAIS

Nota de Wanderlei Barbosa:

O governador afastado afirmou que o afastamento se trata de perseguição política e garantiu que lutará para retomar o cargo, destacando os avanços de sua gestão e pedindo apoio da população.

Nota de Laurez Moreira:

O vice-governador assumiu o governo interinamente e defendeu a seriedade da administração, anunciando exonerações do primeiro escalão e compromisso com a transparência e continuidade das obras públicas.

Nota da Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto):

A Casa informou ter colaborado integralmente com a Polícia Federal e o STJ no cumprimento de mandados, disponibilizando equipamentos, documentos e informações. Destacou que não foi intimada de nenhuma decisão judicial e que os mandados se restringiram a gabinetes parlamentares.

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