MAIOR ESQUEMA DO BRASIL

Polícia desmantela rede que vendia cogumelos alucinógenos em todo o Brasil

4 SET 2025 • POR Da Redação • 09h54
Essa é a maior rede de produção e distribuição de cogumelos alucinógenos já identificada no Brasil - Reprodução

A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou nesta quinta-feira (4) uma operação que prendeu nove pessoas e interceptou mais de 3 mil pacotes de cogumelos alucinógenos enviados para todo o país.

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Segundo os investigadores, trata-se da maior rede de produção e distribuição de cogumelos com psilocibina já identificada no Brasil.

O QUE SÃO OS "COGUMELOS MÁGICOS"

Os chamados "cogumelos mágicos" contêm psilocibina, substância psicodélica proibida pela Anvisa. Seus efeitos incluem alteração da percepção sensorial, distorção da noção de tempo e espaço e experiências emocionais e visuais intensas.

O delegado Waldek Fachinelli explicou que a droga pode causar psicose, transtornos mentais, desconexão da realidade e paranoia, além de apresentar risco de morte.

“Anos depois do consumo, a pessoa pode ter recorrência espontânea dos efeitos, como se estivesse sob o efeito da droga novamente”, alertou.

COMO O GRUPO AGIA

O esquema funcionava de três formas: venda de cogumelos desidratados, misturados ao mel ou encapsulados.

O grupo utilizava redes sociais e até influenciadores digitais para atrair clientes, principalmente jovens frequentadores de festas de música eletrônica.

As entregas eram feitas pelos Correios por meio do modelo de comércio eletrônico chamado dropshipping, no qual os vendedores não mantêm estoque físico.

BASE EM CURITIBA E ENVIO NACIONAL

Embora houvesse cultivo de cogumelos no Distrito Federal, a produção era insuficiente para atender à demanda. A investigação descobriu que o centro da operação ficava em Curitiba (PR), onde galpões funcionavam como laboratórios, com salas de cultivo capazes de produzir até 200 quilos por mês.

Entre 2024 e 2025, foram identificadas 3.718 encomendas enviadas para o DF, somando mais de 1,3 tonelada de cogumelos.

MILHÕES EM MOVIMENTAÇÃO

A rede investia em patrocínio de feiras e festivais de música eletrônica para se aproximar dos consumidores. DJs e influenciadores digitais eram recrutados como promotores e divulgavam os produtos em redes sociais e eventos.

A estimativa é que os investigados movimentaram cerca de R$ 26 milhões em apenas um ano.

CRIMES INVESTIGADOS

Os suspeitos responderão por: