ATAQUES 8 DE JANEIRO

STF retoma julgamento de Bolsonaro e aliados acusados de plano golpista

9 SET 2025 • POR • 08h58
Segundo a PGR, os acusados teriam participado da elaboração do chamado "Plano Punhal Verde e Amarelo", que previa o sequestro e homicídio de autoridades - Fabio Rodrigues Pozzebom

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta terça-feira (9), às 9h, o julgamento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados. Eles são acusados de participação em um plano para reverter o resultado das eleições de 2022.

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O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, será o primeiro a votar. Antes de tratar do mérito, Moraes deve analisar pedidos das defesas, que questionam a validade da delação premiada de Mauro Cid, alegam cerceamento de defesa e pedem a retirada do caso do STF.

VOTAÇÃO E SESSÕES RESERVADAS

Após Moraes, votam os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. A maioria de três votos definirá a decisão do colegiado.

O julgamento foi iniciado na semana passada, quando ocorreram as sustentações orais das defesas e a manifestação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que pediu a condenação dos réus. As sessões dos dias 10, 11 e 12 de setembro também foram reservadas para a conclusão do caso.

ACUSAÇÕES DA PGR

Segundo a denúncia, os acusados teriam participado da elaboração do chamado “Plano Punhal Verde e Amarelo”, que previa o sequestro e até homicídio de autoridades, como Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin.

A PGR também aponta que os réus tinham ligação com os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Outro ponto é a minuta de decreto para decretar estado de defesa e de sítio, que teria como objetivo impedir a posse de Lula e seria de conhecimento de Bolsonaro.

QUEM SÃO OS RÉUS

Todos respondem por organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça, além de deterioração de patrimônio tombado.

No caso de Alexandre Ramagem, parte das acusações foi suspensa em razão da imunidade parlamentar. Ele responde apenas por três crimes: organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

POSSÍVEIS PENAS

Se condenados, os réus podem cumprir pena em regime fechado caso a decisão ultrapasse oito anos de prisão. Sentenças menores poderão começar no semiaberto. A prisão, no entanto, só será executada após a análise de recursos.

As defesas ainda poderão apresentar embargos de declaração, recurso que raramente altera o resultado. Para que haja um novo julgamento no plenário do STF, os acusados precisariam de pelo menos dois votos pela absolvição, o que abriria espaço para embargos infringentes.