Pressão arterial de 12 por 8 é reclassificada como pré-hipertensão
19 SET 2025 • POR Da Redação • 19h57
O Brasil passou a considerar como pré-hipertensão valores entre 12 por 8 e 13,9 por 8,9 (120-139 mmHg sistólica e/ou 80-89 mmHg diastólica), segundo nova diretriz divulgada nesta quinta-feira (18) no 80º Congresso Brasileiro de Cardiologia. O documento foi elaborado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH).
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Antes considerados “normais limítrofes”, esses números agora exigem acompanhamento médico. A recomendação inclui mudanças no estilo de vida e, em casos de maior risco, início precoce de tratamento medicamentoso.
META DE TRATAMENTO MAIS RÍGIDA
Outra mudança importante é a nova meta de pressão: os hipertensos devem manter valores abaixo de 13 por 8 mmHg (
A diretriz destaca que reduzir a pressão nesse nível diminui riscos de infarto, AVC e insuficiência renal, e recomenda buscar sempre o nível mais baixo seguro clinicamente.
FOCO NO RISCO CARDIOVASCULAR GLOBAL
Pela primeira vez, a diretriz enfatiza a avaliação do risco cardiovascular global, usando o escore PREVENT, que considera fatores como obesidade, diabetes, colesterol alto e lesões em órgãos-alvo. Pacientes em alto risco devem receber condutas mais intensivas, aproximando o cuidado da medicina de precisão.
ATENÇÃO AO SUS E POPULAÇÃO FEMININA
O documento dedica um capítulo exclusivo ao SUS, adaptando recomendações à realidade da rede pública, onde 75% dos hipertensos são acompanhados. Entre as orientações estão priorizar medicamentos disponíveis na rede, garantir acompanhamento multiprofissional e estimular monitoramento com MAPA e MRPA.
Há também recomendações específicas para mulheres, considerando fases de maior vulnerabilidade:
- Anticoncepcionais: medir pressão antes e durante o uso.
- Gestação: priorizar medicamentos seguros, como metildopa e bloqueadores de canais de cálcio.
- Peri e pós-menopausa: acompanhamento próximo devido ao aumento da pressão.
- Histórico gestacional: monitoramento de longo prazo para hipertensão prévia na gravidez.
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E TRATAMENTO
A diretriz reforça práticas fundamentais:
Estilo de vida: perda de peso, redução de sal, aumento de potássio, dieta DASH e atividade física regular.
Medicação: iniciar com associação de dois fármacos em baixa dose, preferencialmente em um único comprimido; classes recomendadas incluem diuréticos tiazídicos, inibidores da ECA, bloqueadores de receptores de angiotensina e bloqueadores de canais de cálcio.
Populações específicas: diabetes, obesidade, insuficiência renal, doença arterial coronariana e pós-AVC devem seguir a meta de 13x8 mmHg.
HIPERTENSÃO NO BRASIL
Cerca de 27,9% dos adultos brasileiros têm hipertensão, segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão, mas apenas um terço apresenta pressão controlada. Com as novas metas e protocolos, milhões de brasileiros poderão ser reclassificados como em risco, tornando urgente a implementação das recomendações tanto na rede pública quanto privada.