Lula faz autocrítica e cobra reflexão da esquerda em reunião sobre democracia na ONU
24 SET 2025 • POR Da Redação • 17h42
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta quarta-feira (24), em Nova York, de um encontro com líderes internacionais para discutir a defesa da democracia e o combate ao extremismo. O evento ocorreu paralelamente à 80ª Assembleia Geral da ONU.
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AUTORCRÍTICA DO PRESIDENTE
Durante sua fala, Lula fez uma reflexão sobre os erros da esquerda e da democracia frente ao avanço da extrema direita.
“O que me importa hoje é a gente responder para nós mesmos onde é que os democratas erraram. Por que nós permitimos que a extrema direita crescesse com a força que está crescendo? É virtude deles ou incompetência nossa?”, questionou.
O presidente destacou que, muitas vezes, governos eleitos com discurso progressista acabam priorizando interesses do mercado e de adversários, em detrimento da base popular que os apoia.
EVENTO ARTICULADO ENTRE ALIADOS
A reunião foi articulada por Lula em conjunto com os presidentes Gabriel Boric (Chile), Pedro Sánchez (Espanha), Gustavo Petro (Colômbia) e Yamandú Orsi (Uruguai). Também participaram representantes da Albânia, Senegal, Guatemala, São Vicente e Granadinas, Cabo Verde, Bolívia e União Europeia.
Neste ano, os Estados Unidos não foram convidados. Diferente de 2024, quando o governo Biden foi chamado, nenhum dos organizadores cogitou incluir o país sob a administração de Donald Trump.
CRÍTICA AO DISTANCIAMENTO POPULAR
Lula afirmou que a democracia falha quando deixa de ouvir os cidadãos que a defendem.
“Às vezes governamos preocupados em responder ao mercado e à imprensa, enquanto os eleitores que estiveram nas ruas são vistos como radicais. Esse é o fracasso da democracia”, declarou.
Para ele, é preciso reforçar a relação com a sociedade civil como forma de fortalecer as instituições democráticas.
CONVERSA COM TRUMP
No mesmo dia, Donald Trump mencionou em seu discurso na ONU que teve um breve encontro com Lula e que os dois acertaram uma reunião para a próxima semana, possivelmente por telefone ou videoconferência.
Trump afirmou ter tido “uma química excelente” com o presidente brasileiro. Apesar do tom amistoso, o Itamaraty orienta cautela na preparação da conversa para evitar constrangimentos diplomáticos, como já ocorreu com outros líderes em reuniões com o republicano.