Justiça mantém preso padrasto acusado de estuprar e matar jovem indígena grávida
15 OUT 2025 • POR Da Redação • 10h30
O juiz Valdemir Braga de Aquino Mendonça, da 1ª Escrivania Criminal de Formoso do Araguaia, negou o pedido de revogação da prisão temporária de Kurania Karajá, conhecido como Cachoeira, de 65 anos. Ele é investigado pelo estupro e homicídio qualificado da jovem indígena Harenaki Javaé, de 18 anos, encontrada morta e parcialmente carbonizada na Aldeia Canuanã, na Ilha do Bananal.
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DECISÃO ASSINADA NA SEXTA
A decisão, à qual o Jornal Opção Tocantins teve acesso, foi assinada na última sexta-feira (10). A Justiça rejeitou os argumentos da defesa, que alegava ausência de indícios de autoria e desnecessidade da prisão. O Ministério Público do Tocantins (MPTO) havia se manifestado pela manutenção da medida.
Segundo o magistrado, a prisão é necessária para garantir a segurança das investigações, considerando a gravidade do crime e relatos de medo entre os moradores da aldeia.
“A decisão que decretou a prisão temporária não foi proferida de forma genérica. A necessidade da medida foi devidamente fundamentada, assegurando a coleta de provas que possam esclarecer as circunstâncias do crime ou implicar outros envolvidos”, destacou o juiz.
Ele também afirmou que medidas cautelares alternativas, previstas no artigo 319 do Código de Processo Penal, não seriam suficientes para atender às finalidades da investigação.
Com isso, a prisão temporária de Karajá segue mantida, conforme determinação expedida em setembro, durante o curso do inquérito policial.
O CASO
Harenaki Javaé foi encontrada morta no início de setembro, durante um festejo tradicional na Ilha do Bananal. O corpo apresentava sinais de violência sexual, além de olhos perfurados, língua cortada, unhas arrancadas e partes carbonizadas.
Exames periciais confirmaram que a jovem, que tinha deficiência intelectual e estava grávida, era acompanhada por instituições de saúde.
O padrasto, Kurania Karajá, foi preso por equipes da 3ª Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Gurupi e da 84ª Delegacia de Polícia de Formoso do Araguaia. Ele também é investigado pela morte da mãe de Harenaki, ocorrida em 2022, em circunstâncias violentas.