OPERAÇÃO FLAK

Justiça condena líder e braço direito de grupo que usava aviões e submarino para o tráfico

4 NOV 2025 • POR Da Redação • 11h26
Grupo usava aviões e até um submarino improvisado - Reprodução

Dois acusados de integrar uma organização criminosa ligada ao tráfico internacional de drogas foram condenados pela Justiça Federal. Segundo as investigações da Operação Flak, o grupo utilizava aviões e até um submarino improvisado para transportar cocaína. As penas somadas ultrapassam 20 anos de prisão.

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INVESTIGAÇÃO COMEÇOU NO TOCANTINS

A investigação teve início em 2018, após a apreensão de uma aeronave com 300 quilos de cocaína em Formoso do Araguaia, no sul do Tocantins.

De acordo com a sentença, João Soares Rocha foi apontado como o líder do grupo, enquanto Fábio Coronha da Cunha atuava como seu braço direito.

As apurações indicam que a organização era especializada no transporte de drogas da Colômbia e da Venezuela para o Brasil, Estados Unidos e Europa. A Polícia Federal estima que o grupo criminoso operava há cerca de 20 anos.

AS CONDENAÇÕES

Segundo decisão da 4ª Vara Federal Criminal, assinada pelo juiz André Dias Irigon, João Soares Rocha foi condenado a 12 anos de prisão em regime fechado, além do pagamento de multa. Ele está preso na Unidade Penal de Palmas desde 21 de março de 2024, após quatro anos foragido.

Já Fábio Coronha da Cunha recebeu pena de 10 anos e dois meses de reclusão, também com multa. A defesa informou que vai recorrer da decisão e afirmou que não houve apreensão de entorpecentes durante a investigação. Segundo os advogados, a condenação se baseia em “suposições sobre drogas em uma aeronave que caiu no oceano e nunca foi localizada”.

ESQUEMA ENVOLVIA AVIÕES, FAZENDAS E HANGARES

A Justiça entendeu que João financiava o esquema, fornecendo aeronaves, hangares, postos de combustível e propriedades rurais para o transporte das drogas. Ele também recrutava pilotos e mecânicos para integrar a logística criminosa.

Fábio, considerado o principal auxiliar do líder, tinha “plena ciência da dimensão ilícita e internacional das atividades”, conforme apontou a decisão judicial. Ele segue respondendo em liberdade.

OPERAÇÃO FLAK DESVENDOU REDE INTERNACIONAL

A Operação Flak revelou uma estrutura complexa de tráfico internacional. O grupo comprava e adulterava aeronaves para transportar cocaína por diferentes rotas aéreas, ligando países produtores — como Colômbia e Bolívia — a intermediários — Venezuela, Honduras, Suriname e Guatemala — e, por fim, aos países de destino — Brasil, Estados Unidos e União Europeia.

Em 2018, a Polícia Federal encontrou no Suriname uma espécie de submarino improvisado, capaz de transportar até 7 toneladas de drogas. A embarcação seria usada para enviar cocaína à Europa e à África.

No ano seguinte, a Polícia Federal deflagrou uma megaoperação que resultou em 28 prisões e na apreensão de 11 aeronaves, desarticulando a principal célula do grupo criminoso.

João Soares Rocha é apontado como chefe da quadrilha — Foto: Reprodução/TV Globo