Estudante do IFTO cria goma de mascar para aliviar sintomas da menopausa
11 NOV 2025 • POR Da Redação • 12h21
A estudante Renatta Cardoso da Silva, do curso de Biologia do Instituto Federal do Tocantins (IFTO) – Campus Araguatins, está desenvolvendo uma goma de mascar à base de amora com potencial para aliviar os sintomas da menopausa. O projeto é orientado pela professora Kátia Paulino de Sousa (IFTO) e tem coorientação da professora Lunalva Aurélio Pedroso Sallet, da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins).
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O estudo integra o Programa de Iniciação Científica IFTO/CNPq e começou no início de 2023. O produto, ainda em fase experimental, não possui comprovação de eficácia nem foi testado em seres humanos, mas as pesquisadoras acreditam que os compostos bioativos da amora (Morus spp.) possam contribuir no equilíbrio hormonal e no bem-estar das mulheres.
INSPIRAÇÃO
A ideia da goma nasceu do interesse de Renatta por plantas medicinais, iniciado aos 17 anos, e da vontade de transformar o conhecimento científico em algo acessível e útil para as mulheres. O projeto também foi motivado pela experiência da própria mãe, que enfrenta sintomas da menopausa há mais de dez anos, mesmo após longo período de reposição hormonal.
“Percebi que muitas mulheres passam pelos mesmos sintomas e têm receio de usar hormônios sintéticos. A ideia foi criar uma alternativa natural, como recomendou a própria ginecologista da minha mãe”, contou Renatta.
DESAFIOS NA FORMULAÇÃO
Até o momento, o grupo trabalhou na padronização da formulação e nas características sensoriais da goma, como aroma, textura e aparência. Essa etapa levou cerca de três meses, e foi considerada uma das mais desafiadoras.
“Algumas vezes a goma ficava dura ou pegajosa demais. Tivemos que ajustar o aroma e o sabor, porque as mulheres na menopausa têm sentidos mais aguçados, e o doce em excesso poderia causar repulsa”, explicou a estudante.
ALTERNATIVA COMPLEMENTAR
Renatta reforça que o produto não substitui tratamentos médicos, mas pode se tornar um complemento natural para aliviar sintomas da menopausa. “A ideia é unir o prazer de mascar algo agradável com os possíveis benefícios de uma planta tradicionalmente usada pelas mulheres”, destacou.
PESQUISA SEGUE
Mesmo após o término do edital inicial, a pesquisa segue em andamento e foi aprovada na chamada pública “Meninas na Ciência” para ser apresentada na 16ª Jornada de Iniciação Científica e Extensão (JICE) do IFTO, que ocorrerá entre 10 e 13 de novembro de 2025, no Campus Gurupi.
As próximas etapas incluem a padronização da base da goma, testes de ingestão com voluntários e o registro do projeto junto ao IFTO, o que permitirá o início dos testes clínicos.
Para a professora Kátia Paulino, o projeto exemplifica o papel dos institutos federais no desenvolvimento de soluções voltadas às necessidades reais da população.
“Os institutos federais têm uma missão essencial: transformar ciência em benefício social. Projetos como este mostram como a pesquisa pública pode melhorar a vida das pessoas e promover inclusão”, afirmou.
Renatta e as orientadoras Kátia Paulino de Sousa e Lunalva Aurélio Pedroso Sallet — Foto: Arquivo pessoal/Renatta Cardoso