Empresa do TO é alvo de operação que investiga fraude de licitação de quase R$ 12 milhões
19 NOV 2025 • POR Da Redação • 11h41
Um instituto da área da saúde sediado em Palmas é alvo de uma investigação da Polícia Civil de Goiás, deflagrada nesta terça-feira (18). A corporação apura possíveis irregularidades em um contrato de cerca de R$ 12 milhões firmado entre o Instituto Idesp e a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia em 2024. Segundo os investigadores, o município teria feito o pagamento integral do valor sem apresentar qualquer comprovante de execução do serviço contratado.
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OBJETO DO CONTRATO E SUSPEITAS
O Instituto Idesp havia sido contratado para desenvolver um software voltado ao atendimento em saúde, além de outros serviços complementares. A Polícia Civil afirma que o pagamento, que deveria ocorrer em 12 parcelas após comprovação da execução, foi realizado em pouco mais de 30 dias, sem que houvesse entrega validada.
As investigações indicam falhas desde a escolha da empresa até a execução contratual. Os policiais também identificaram que parte dos recursos foi repassada antes mesmo da formalização do contrato.
MANDADOS EM SEIS CIDADES
Durante a Operação Pagamento Imediato, 13 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Palmas, Goiânia, Senador Canedo, Aparecida de Goiânia, Brasília e São Paulo. As apurações investigam crimes de associação criminosa, fraude em licitação e contratação direta ilegal.
Em Palmas, a Polícia Civil do Tocantins deu apoio ao trabalho e cumpriu três mandados em endereços ligados aos investigados. O delegado Guilherme Rocha afirmou que foram encontrados elementos que ajudam a mapear o suposto esquema.
MEDIDAS JUDICIAIS E BLOQUEIO DE BENS
Além das buscas, a Justiça determinou quebra de sigilos bancário e fiscal, suspensão do exercício de atividade econômica e bloqueio de bens, valores e direitos até o limite de R$ 12 milhões. O objetivo é garantir eventual ressarcimento ao poder público.
De acordo com o delegado goiano Cleynio Januário, durante as buscas também foram apreendidos carros de luxo. Ele relatou que alguns investigados mantêm padrão de vida incompatível com o declarado oficialmente.
INÍCIO DAS INVESTIGAÇÕES
As apurações começaram após um relatório técnico da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás apontar irregularidades na contratação do instituto. O documento indicava inconsistências no processo de escolha da empresa e na cobrança pelos serviços.
O QUE DIZ O INSTITUTO IDESP
O Instituto Idesp declarou que está colaborando com as autoridades e que a operação não interfere no atendimento prestado à população. A entidade reafirmou compromisso com ética, transparência e continuidade dos serviços.
SECRETARIA DE GOIÂNIA
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia afirmou que o contrato foi firmado na gestão anterior e que a atual administração suspendeu o convênio logo no início do mandato. A pasta reforçou que nenhuma ação foi realizada pela secretaria na vigência atual.
MANIFESTAÇÃO DO EX-PREFEITO
O ex-prefeito Rogério Cruz informou que não é alvo da operação e que está à disposição para contribuir com o esclarecimento de eventuais condutas individuais de ex-servidores.