Fabricante do Mounjaro se torna primeira farmacêutica a alcançar US$ 1 trilhão
21 NOV 2025 • POR Da Redação • 19h38
A Eli Lilly alcançou o valor de mercado de US$ 1 trilhão e se tornou a primeira farmacêutica do mundo a integrar o seleto grupo dominado por gigantes da tecnologia. A marca histórica reflete o avanço da empresa no mercado global de medicamentos para emagrecimento, impulsionado pela alta demanda por tratamentos como o Mounjaro.
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A companhia já acumula valorização superior a 35% em 2024, apoiada no crescimento acelerado da nova geração de medicamentos contra a obesidade.
REMEDIÁRIOS DE OBESIDADE
Nos últimos dois anos, o lançamento de tratamentos altamente eficazes para obesidade transformou esse segmento em um dos mais lucrativos da indústria da saúde. As vendas do tirzepatide — comercializado como Mounjaro para diabetes tipo 2 e como Zepbound para obesidade — superaram as do Keytruda, da Merck, tornando-se o medicamento mais vendido do mundo.
A Novo Nordisk, que inicialmente liderava o mercado com o Wegovy, perdeu espaço após enfrentar escassez de estoque. Isso abriu margem para a Lilly avançar com produtos considerados mais eficazes e com maior capacidade de produção e distribuição.
AÇÕES DA EMPRESA SEGUEM EM ALTA
As ações da Lilly atingiram o valor de US$ 1.051, aproximando-se de um recorde histórico. Atualmente, a empresa negocia suas ações a cerca de 50 vezes o lucro estimado para os próximos 12 meses, um dos níveis mais altos entre farmacêuticas.
Desde o lançamento do Zepbound, no fim de 2023, a valorização ultrapassa 75%, bem acima dos mais de 50% de alta registrados pelo índice S&P 500 no mesmo período.
US$ 10 BILHÕES EM UM TRIMESTRE
No trimestre mais recente, a Lilly registrou receita superior a US$ 10,09 bilhões somente com medicamentos para obesidade e diabetes. O valor corresponde a mais da metade da receita total de US$ 17,6 bilhões da companhia.
Para analistas do mercado financeiro, o desempenho da empresa mostra que investidores confiam na sustentabilidade da chamada “franquia metabólica” da Lilly. Há, inclusive, a percepção de que a farmacêutica lidera a corrida contra a Novo Nordisk no segmento de obesidade.
MERCADO DE PERDA DE PESO
As projeções de Wall Street indicam que o mercado global de medicamentos para emagrecimento deve alcançar US$ 150 bilhões até 2030. Lilly e Novo Nordisk devem concentrar a maior fatia desse volume.
Analistas acompanham de perto o desenvolvimento do orforglipron, o medicamento oral da Lilly para tratamento da obesidade, que pode ser aprovado no início de 2025. O produto já é visto como o próximo grande impulsionador de receitas.
ACORDO COM O GOVERNO TRUMP
A Lilly também deve se beneficiar de um acordo de preços com o governo de Donald Trump e de investimentos bilionários para expandir a produção nos Estados Unidos. O acordo pode reduzir receita no curto prazo, mas amplia o acesso de até 40 milhões de novos pacientes ao tratamento.
PERFIL DE GIGANTE TECNOLÓGICA
Especialistas afirmam que a Lilly volta a se aproximar do grupo conhecido como “Sete Magníficos”, composto por empresas como Nvidia, Apple e Microsoft. Após um período de resultados abaixo do esperado, a farmacêutica recuperou o interesse dos investidores, especialmente diante da volatilidade recente das ações de empresas de inteligência artificial.
DESAFIOS AINDA NO HORIZONTE
Apesar do crescimento acelerado, a empresa enfrenta pressão sobre os preços do Mounjaro e do Zepbound. Investidores acompanham se a expansão industrial, o portfólio diversificado e novas aquisições serão suficientes para manter as margens da empresa em alta nos próximos anos.