Conheça a vacina inédita que pode impedir câncer de pulmão antes de surgir
25 NOV 2025 • POR Da Redação • 19h41
A Universidade de Oxford, em parceria com a University College London, iniciará em 2026 os primeiros testes em humanos da LungVax, uma vacina experimental desenvolvida para prevenir o câncer de pulmão. A proposta é antecipar a resposta imunológica, treinando o organismo para identificar alterações celulares muito antes de um tumor se formar.
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COMO A VACINA FUNCIONA
A tecnologia utiliza a plataforma ChAdOx2-lungvax-NYESO, semelhante à da vacina Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19. O imunizante leva ao organismo um trecho de DNA capaz de estimular a produção da proteína NY-ESO-1, presente em células que começam a sofrer mutações. Assim, o sistema imunológico passa a reconhecer esse sinal de alerta e aciona rapidamente células T específicas, criando uma vigilância contínua nos pulmões.
PÚBLICO-ALVO INICIAL
Diferente das vacinas terapêuticas aplicadas após o diagnóstico a LungVax é preventiva. Os primeiros grupos que receberão o imunizante serão pessoas que já trataram câncer de pulmão em estágio inicial e têm risco de recidiva, além de participantes de programas de rastreamento de alterações pulmonares.
ETAPAS DO ESTUDO
A fase 1, com 30 voluntários, avaliará a segurança da vacina e a capacidade de gerar resposta imunológica. A fase 2 será ampliada para 560 participantes e analisará a eficácia na redução de recidivas e na prevenção de novos tumores, em comparação com um grupo controle.
DESAFIOS FUTUROS DE APLICAÇÃO
Especialistas afirmam que a definição dos grupos prioritários será complexa caso a vacina prove eficácia. Fumantes, ex-fumantes, pessoas com histórico familiar de câncer ou com fragilidade imunológica podem ser potenciais beneficiários.
UM AVANÇO PROMISSOR
O câncer de pulmão segue como o tipo mais letal há mais de 30 anos, em grande parte por ser difícil de detectar precocemente. A possibilidade de uma vacina preventiva é vista como um avanço significativo, mas ainda demanda evidências robustas antes de qualquer celebração.
"Trata-se de um estudo inicial, autorizado a começar. Com muito cuidado e zero euforia", afirma Renato Kfouri, da Sociedade Brasileira de Imunizações.