PF compra ferramenta para quebrar senhas e criptografia em aparelhos da Apple
26 NOV 2025 • POR Da Redação • 11h30
A Polícia Federal passa a contar com novas ferramentas digitais capazes de quebrar senhas e romper a criptografia aplicada em dados armazenados em dispositivos da Apple. A aquisição, realizada pela Diretoria Técnico-Científica (Ditec), foi orçada em R$ 160,4 mil e inclui duas licenças de suítes de software de criptoanálise e duas licenças voltadas exclusivamente à quebra de senhas de equipamentos com MacOS e chip T2 apreendidos em investigações.
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Segundo estudo técnico da Ditec, a PF tem encontrado dificuldade para realizar perícias em ao menos 16 modelos da Apple que utilizam o chip T2, devido à defasagem das ferramentas atualmente disponíveis.
Os equipamentos citados incluem iMac, iMac Pro, Mac, Mac Mini, MacBook Air e MacBook Pro fabricados entre 2018 e 2020. O chip T2 funciona como um co-processador que reforça a segurança dos aparelhos, adicionando criptografia de armazenamento, Touch ID e inicialização protegida.
DIFICULDADE TÉCNICA
O documento elaborado pela Ditec destaca que laboratórios da PF têm enfrentado obstáculos para acessar dados de dispositivos com o chip T2. A dificuldade é associada ao hardware específico da Apple e ao conjunto de barreiras criptográficas presentes nesses modelos.
A análise aponta que as ferramentas usadas pela corporação foram adquiridas em 2018 e perderam a validade em 2024, o que compromete a capacidade de processamento de dados criptografados.
LABORATÓRIOS DEFASADOS
A PF dispõe de dois laboratórios equipados com softwares para quebra de senhas: o Laboratório de Criptoanálise da Ditec e o Laboratório de Criminalística da Superintendência da PF no Paraná. Ambos operam com licenças expiradas, o que impede a continuidade plena das análises.
O estudo técnico afirma que a atualização é essencial para a manutenção dos trabalhos de criptoanálise e para permitir ataques específicos a sistemas Apple com chip T2, possibilitando acesso aos dados em caso de sucesso na quebra de senha.
CAPACIDADE INVESTIGATIVA
A expectativa da PF é ampliar as atividades de criptoanálise e otimizar exames periciais, que hoje esbarram em barreiras tecnológicas impostas pelos equipamentos da Apple. Com a aquisição, será possível realizar procedimentos simultâneos em até 20 computadores.
O relatório ressalta que a criação de tecnologias mais avançadas de proteção de dados exige constante atualização das ferramentas de investigação criminal.
DESAFIOS DA CRIPTOGRAFIA
A Ditec aponta que a criptografia tem sido usada frequentemente como escudo para práticas criminosas, dificultando a coleta de provas e favorecendo a destruição de evidências. Por isso, manter softwares atualizados é considerado um passo essencial para assegurar a eficácia das perícias digitais.