ARRANJOS REGIONAIS

Tocantins garante R$ 12 milhões para impulsionar produção audiovisual

4 DEZ 2025 • POR Da Redação • 12h51
Recursos são destinados a produção local, qualificar e valorizar os profissionais - Divulgação

O Tocantins garantiu mais recursos para fortalecer o setor cultural. A Secretaria de Estado da Cultura (Secult) foi aprovada no edital Arranjos Regionais do Audiovisual, do Ministério da Cultura (MinC), assegurando R$ 12 milhões em investimentos diretos para a produção audiovisual no estado.

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A proposta prevê a aplicação de R$ 2 milhões do Fundo Estadual de Cultura, somados a R$ 10 milhões do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). O montante será destinado ao fortalecimento das produtoras locais, à formação técnica e à valorização de talentos que representam a diversidade cultural tocantinense.

MARCO NA DESCENTRALIZAÇÃO DO FOMENTO FEDERAL

Promovida pela Secretaria do Audiovisual (SAV), em parceria com a Ancine e com recursos adicionais do FSA, a iniciativa é considerada um marco na ampliação do acesso ao fomento.

O edital, lançado em junho de 2025, permite que estados e municípios recebam até cinco vezes o valor do recurso local aportado, o que amplia significativamente o alcance da política pública — especialmente em regiões historicamente menos contempladas, como Norte e Nordeste.

“UM AVANÇO HISTÓRICO”, DIZ SECRETÁRIA REGINA REIS

A secretária de Estado da Cultura, Regina Reis, destacou que a aprovação representa um momento simbólico e estratégico para o Tocantins.

“É um avanço histórico para o nosso audiovisual. Essa seleção comprova que o Tocantins está preparado para estruturar políticas contínuas, fortalecer produtoras locais e ampliar o acesso aos recursos federais. É uma conquista coletiva que inaugura uma nova rota de desenvolvimento cultural no estado”, afirmou.

O QUE MUDA PARA O SETOR AUDIOVISUAL

Com os novos recursos, o Tocantins poderá elaborar seus próprios editais e políticas públicas de fomento, alinhados às diretrizes nacionais e adaptados às necessidades locais.

As áreas que devem ser contempladas incluem:

– produção de curtas e médias-metragens;
– animação e conteúdo infantil;
– pesquisa, memória e formação;
– atividades cineclubistas;
– desenvolvimento de projetos e núcleos criativos;
– circulação e difusão de obras;
– incentivo à produção de jogos eletrônicos.

PLANEJAMENTO DE LONGO PRAZO E MAIS OPORTUNIDADES

Segundo a analista técnica da Secult, Ana Elisa Martins, a aprovação marca uma virada de chave.

“Depois de anos sem políticas estruturantes, essa seleção permite retomar o planejamento de longo prazo e recolocar o Tocantins no mapa nacional do audiovisual. É investimento real, consistente e estratégico”, afirmou.

Ela reforça que o estado terá mais editais, bolsas de formação, apoio a festivais, intercâmbio profissional e financiamento para desenvolvimento e produção independente.

“Isso significa mais autonomia criativa, menos dependência de outros estados e maior competitividade no mercado”, destacou.

CONSTRUÇÃO PARTICIPATIVA DO PROJETO

A proposta submetida ao edital foi construída a partir de consulta pública realizada em julho de 2025.

Ao todo, 23 agentes do setor — entre produtores, coletivos, empresas e profissionais independentes — contribuíram com análises e sugestões.

A Secult também realizou reuniões com representantes do mercado, entidades do audiovisual, instituições acadêmicas e promoveu uma audiência pública híbrida que validou o plano de trabalho.

Entre as principais demandas apresentadas pelo setor estavam:

– formação técnica contínua;
– fomento a curtas-metragens e projetos experimentais;
– apoio a núcleos criativos;
– descentralização das ações para o interior;
– políticas afirmativas para mulheres, pessoas negras, indígenas e LGBTQIA+;
– editais que contemplem iniciantes e produtoras consolidadas;
– critérios que valorizem a contratação de profissionais locais.

NOVO CICLO PARA O AUDIOVISUAL NO ESTADO

Com a aprovação, o Tocantins passa a integrar o grupo de estados capazes de desenvolver políticas próprias e sustentáveis de fomento ao audiovisual.

A iniciativa deve gerar emprego, renda, fortalecer o mercado local e ampliar a presença das narrativas tocantinenses no circuito nacional.

A seleção marca o início de um ciclo de oportunidades para produtores, roteiristas, técnicos e demais profissionais da cultura, consolidando o audiovisual como eixo estratégico da economia criativa do Tocantins.