Wanderlei publica foto ajoelhado após reverter afastamento no STF

O governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) publicou, na tarde desta sexta-feira (5), uma foto ajoelhado em frente ao portal das Serras Gerais após a decisão liminar do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), que o autorizou a reassumir o comando do Executivo estadual.

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Na legenda, ele escreveu apenas: “Obrigado meu Deus”. A postagem foi feita por volta das 16h20 e, em poucos minutos, superava 3 mil curtidas e centenas de comentários celebrando o retorno ao cargo.

REVERSÃO DO AFASTAMENTO DETERMINADO PELO STJ

A liminar suspende o afastamento imposto pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que tinha duração de 180 dias. Wanderlei estava fora do cargo havia três meses por suspeita de desvio de recursos públicos em contratos de cestas básicas durante a pandemia de Covid-19.

A decisão não menciona o retorno da primeira-dama, Karynne Sotero, que também havia sido afastada.

Em nota, a defesa do governador afirmou receber a decisão com “serenidade” e destacou que ele retoma o posto para o qual foi “legitimamente eleito”.

ARGUMENTOS APRESENTADOS PELO MINISTRO NUNES MARQUES

Na decisão, Nunes Marques apontou que o afastamento gerava “grave instabilidade política e jurídica”, especialmente às vésperas do período eleitoral. Segundo o ministro, medidas dessa natureza exigem fundamentação sólida e demonstração de necessidade excepcional.

Ele também citou manifestação da Procuradoria-Geral da República, que se posicionou contra a manutenção do afastamento enquanto o processo ainda tramita.

ATOS DO VICE-GOVERNADOR DURANTE O PERÍODO

Com a saída de Wanderlei em setembro, o vice-governador Laurez Moreira (PSD) assumiu interinamente e tomou medidas imediatas. Entre elas, a exoneração de todos os secretários do primeiro escalão e a suspensão de um contrato de táxi aéreo utilizado pelo governador afastado.

O g1 tenta contato com Laurez para comentar o retorno do titular ao cargo.

INVESTIGAÇÃO SOBRE DESVIOS NA PANDEMIA

O afastamento de Wanderlei e da primeira-dama foi determinado em setembro de 2025 pelo STJ, com base em investigações da Polícia Federal sobre supostos desvios de recursos da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (Setas) em 2020 e 2021.

A PF apura crimes como frustração de licitação, peculato, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. As investigações apontam que Karynne teria atuado na articulação das contratações e no controle de documentos ligados aos repasses.