Hospital de Amor assumirá oncologia no Tocantins com mais de 300 pacientes na fila de consulta
12 DEZ 2025 • POR Da Redação • 10h20
O Ministério Público do Tocantins (MPTO) avançou, na quarta-feira (10), nas negociações que vão definir a transição dos serviços de tratamento contra o câncer no Estado. Em reunião com gestores da Secretaria Estadual da Saúde (SES) e do Hospital de Amor, foram discutidos detalhes essenciais para a migração da assistência oncológica, que deixará de ser prestada no Hospital Geral de Palmas (HGP) e passará para o Hospital de Amor.
Participe do grupo do O Norte no WhatsApp e receba as notícias no celular.
A promotora de Justiça Araína Cesárea reforçou que o foco principal do MPTO é garantir que nenhum paciente seja prejudicado durante o processo. O planejamento deverá assegurar que todos os atendimentos hoje realizados no HGP continuem sem interrupções.
ONCOPEDIATRIA COMO PRIORIDADE
Entre os temas mais sensíveis da transição está a oncopediatria. Os gestores confirmaram que o tratamento de tumores sólidos em crianças e adolescentes seguirá em Palmas. Já os casos de onco-hematologia — que incluem cânceres no sangue, medula óssea e sistema linfático — serão, inicialmente, encaminhados para Goiânia.
O MPTO cobrou que o Estado avance no planejamento para centralizar, futuramente, todo o atendimento onco-hematológico pediátrico na capital, evitando deslocamentos de famílias para outros estados. As garantias relativas à oncopediatria serão incluídas no Termo de Referência que formalizará as condições da transferência dos serviços.
MEDICAMENTOS GARANTIDOS DURANTE A MIGRAÇÃO
Outro ponto considerado crítico pelo MPTO é o abastecimento de medicamentos de suporte ao tratamento oncológico, essenciais para aliviar efeitos colaterais e assegurar cuidados paliativos. SES e Hospital de Amor deverão manter o fornecimento contínuo desses insumos durante e após a transição.
GESTÃO DA FILA E AMPLIAÇÃO DA DEMANDA
O Hospital de Amor também se prepara para absorver a demanda reprimida da oncologia. Dados oficiais da SES indicam 311 pacientes na fila por consultas oncológicas, número que será incorporado ao planejamento de expansão do novo serviço.
AJUSTES PERMANENTES NA IMPLEMENTAÇÃO
A promotora Araína Cesárea destacou que a mudança exigirá ajustes constantes, principalmente na oferta de leitos, no fluxo de pacientes e na demanda por tratamento fora do Estado. “Os gestores precisam estar prontos para adequações permanentes para evitar sobrecarga ou interrupções”, afirmou.
Também participaram da reunião o promotor de Justiça Thiago Ribeiro Vilela e o defensor público Freddy Alejandro Solorzano Antunes.