Estudo técnico desmente "rombo financeiro" divulgado pela gestão interina de Laurez
13 DEZ 2025 • POR Da Redação • 08h36
Estudo da Seplan e SES afirma que gestão interina inflou dados e apresentou dívida de R$ 688 milhões sem base técnica para justificar decreto de calamidade.
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TÉCNICOS APONTAM DADOS DISTORCIDOS DA GESTÃO INTERINA
A administração interina de Laurez Moreira (PSD) divulgou à população e aos órgãos fiscalizadores um suposto rombo de R$ 688 milhões deixado pela gestão de Wanderlei Barbosa (Republicanos). Porém, um estudo elaborado por técnicos da Secretaria do Planejamento (Seplan) e da Secretaria da Saúde (SES) mostra que o valor não corresponde à realidade.
Segundo o documento, o número foi inflado e utilizado sem justificativa técnica para embasar o decreto de calamidade na saúde.
DÍVIDA REAL É 54% MENOR QUE O VALOR ANUNCIADO
As despesas empenhadas e ainda não pagas até setembro de 2025 somavam R$ 315 milhões — valor 54,2% inferior ao anunciado pelo governo interino.
O levantamento também identificou R$ 150 milhões em obrigações que o Estado não reconhece, referentes a dívidas prescritas ou sem comprovação. Esse montante inclui R$ 88,9 milhões de períodos entre 2015 e 2019, R$ 25,1 milhões de 2020 a 2024 e R$ 36,3 milhões associados à Superintendência de Aquisição e Estratégias de Logística (SAEL).
GESTÃO INTERINA SOMOU PROJEÇÕES COMO SE FOSSEM DÍVIDAS
O estudo destaca que a administração interina inseriu, de maneira considerada deliberadamente equivocada, projeções de gastos previstos entre outubro e dezembro de 2025 — R$ 353,7 milhões — como se fossem dívidas consolidadas.
O valor foi apresentado publicamente em coletiva no dia 6 de novembro, junto ao decreto de emergência na saúde, mas o parecer técnico que embasava os números não foi divulgado.
ESTADO BUSCA COMPENSAÇÃO DE DÉFICIT FEDERAL DESDE 2022
Os técnicos esclarecem que o objetivo original do estudo era mostrar a diferença entre o que Tocantins recebe da União para a saúde e o que realmente gasta. O Estado convive com uma rolagem anual de cerca de R$ 215 milhões há pelo menos uma década, situação que não se restringe à gestão de Wanderlei Barbosa.
Por esse motivo, desde 2022 o governo estadual reivindica do governo federal uma recomposição de aproximadamente R$ 200 milhões por ano.
NÚMEROS SERÃO ENCAMINHADOS A ÓRGÃOS DE CONTROLE E À ALETO
O grupo de trabalho criado por Wanderlei Barbosa irá detalhar os dados e enviar eventuais irregularidades aos órgãos de controle. A Assembleia Legislativa também deve receber as informações, já que dados distorcidos foram utilizados para sustentar o decreto de emergência publicado pela gestão interina.