Festas de fim de ano reacendem debate sobre uso de fogos de artifício
21 DEZ 2025 • POR Da Redação • 20h19
Enquanto o Natal e o Réveillon são marcados por celebrações e encontros familiares, o período representa medo e sofrimento para muitos animais de estimação e também para pessoas sensíveis a ruídos intensos. O uso de fogos de artifício com estampidos provoca reações severas que vão muito além do incômodo momentâneo.
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IMPACTO DO SOM
Especialistas alertam que os ruídos produzidos por artefatos pirotécnicos são percebidos de forma amplificada por animais, especialmente cães. Sons considerados toleráveis para humanos podem ser interpretados como ameaças iminentes, desencadeando pânico, desorientação e respostas físicas intensas.
REAÇÕES GRAVES
De acordo com profissionais da área veterinária, o barulho ativa mecanismos ligados ao estresse, com liberação de hormônios como adrenalina e cortisol. Em situações extremas, o medo pode resultar em tentativas de fuga, ferimentos, convulsões e até morte, sobretudo em animais idosos, cardiopatas ou com histórico de ansiedade.
ROTINA ADAPTADA
Tutores relatam que o período exige mudanças no cotidiano. Em muitas casas, as comemorações dão lugar a momentos de acolhimento e vigilância constante, com famílias permanecendo próximas aos animais para reduzir os efeitos do medo causado pelos estampidos.
AVANÇO DAS LEIS
O debate sobre os impactos dos fogos barulhentos tem resultado em mudanças legais. Em Araguaína, uma lei municipal proíbe a comercialização e o uso de fogos com estampido em eventos públicos e privados. No âmbito estadual, uma norma semelhante também está em vigor, restringindo artefatos que produzem ruídos intensos em todo o Tocantins.
A legislação municipal prevê multas de até R$ 1 mil para quem descumprir a regra, além da apreensão dos materiais proibidos.
FISCALIZAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO
Autoridades reconhecem que a aplicação das leis ocorre de forma gradual e que ainda há registros de descumprimento. O objetivo central das normas é promover mudança de comportamento social, aliando fiscalização a ações educativas para ampliar a conscientização da população.
QUEM MAIS SOFRE
Animais idosos, com doenças cardíacas ou neurológicas e aqueles naturalmente mais ansiosos estão entre os mais vulneráveis. O impacto dos fogos também alcança crianças, idosos, pessoas com deficiência, indivíduos com transtorno do espectro autista e quem possui hipersensibilidade auditiva.
COMO AMENIZAR OS EFEITOS
Especialistas orientam que o cuidado deve começar antes das datas festivas. Estratégias de dessensibilização gradual, associando sons a estímulos positivos, podem ajudar a reduzir o medo ao longo do tempo. O preparo antecipado e o ambiente seguro são apontados como fundamentais para atravessar o período com menos riscos.