Único sobrevivente da queda da Ponte JK cobra justiça e apoio às famílias
23 DEZ 2025 • POR Da Redação • 08h09Um ano após o desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek, que deixou 14 mortos e três pessoas desaparecidas, o único sobrevivente decidiu falar publicamente pela primeira vez. Jairo Rodrigues perdeu a esposa, Cássia Tavares (34 anos) e a filha do casal, Cecília Tavares Rodrigues, de apenas 3 anos, na tragédia histórica que marcou o Norte do país.
Participe do grupo do O Norte no WhatsApp e receba as notícias no celular.
RELATO NA DATA DA INAUGURAÇÃO
O depoimento foi gravado exatamente no dia em que a nova ponte foi inaugurada, ligando novamente os municípios de Aguiarnópolis, no Tocantins, e Estreito, no Maranhão. Para Jairo, a coincidência da data intensificou a dor. Ele relembrou o colapso da antiga estrutura e lamentou a falta de amparo às famílias das vítimas. Segundo ele, a obra foi concluída, mas o sofrimento de quem perdeu entes queridos permanece sem resposta.
"Vai voltar a funcionar a ponte e nada foi feito pelas famílias que perderam".
ÚLTIMOS MOMENTOS EM FAMÍLIA
Jairo lembrou que viajava com a esposa e a filha no carro da família, um Volkswagen Voyage. Momentos antes do acidente, eles haviam parado para almoçar no povoado de Brejão, próximo a Araguaína. Parte dessa viagem, segundo ele, ficou registrada em seu celular, tornando ainda mais difícil revisitar as lembranças daquele dia.
LUTO E RECOMEÇO FORÇADO
O educador físico afirmou que evitou buscar detalhes sobre as investigações da tragédia. De acordo com ele, reviver o assunto traz impactos emocionais profundos: "E nunca soube direito, eu nunca pesquisei nada porque mexe muito com minha cabeça", disse ele revelando que após a perda da esposa e da filha, não conseguiu mais retornar à própria casa e atualmente vive com a mãe.
CRÍTICA E DESABAFO
Ao comentar a entrega da nova ponte, Jairo se emocionou ao afirmar que nenhuma obra é capaz de reparar a ausência deixada pela tragédia. Para ele, a reconstrução da estrutura não apaga a dor nem devolve as vidas perdidas. Em lágrimas, reforçou que o avanço material não substitui o vazio deixado nas famílias que tiveram suas histórias interrompidas naquele dia.
"É muito fácil trabalhar o ano inteiro pra fazer a ponte, mas minha família não volta mais. As pessoas que morreram nessa tragédia não vão voltar mais para suas famílias".