73 MILHÕES

PF descobre no Tocantins fraude milionária contra a Caixa; rombo é considerado o maior da história da instituição

18 JAN 2014 • POR • 11h59

Da Redação


Foi realizada na manhã deste sábado, 18, uma operação da Polícia Federal denominada, Éskhara, que acontece simultaneamente em Goiás, Maranhão e São Paulo. A operação policial visa desarticular uma organização criminosa que praticou uma fraude milionária contra a Caixa Econômica Federal (CEF) no final do ano passado. Ao todo, deverão ser cumpridos cinco mandados de prisão preventiva, dez mandados de busca e apreensão e um mandado de condução coercitiva. A fraude descoberta, já é apontada pela Caixa como a maior já sofrida pela pela instituição em toda a sua história. Participam da operação 65 policiais federais dos estados do Tocantins, Goiás, Maranhão e São Paulo. 

De acordo com informações do delegado regional executivo da Superintendência da Polícia Federal em Tocantins, Almir Clementino Soares, os criminosos forjaram um bilhete da Mega-Sena, no valor de R$ 73 milhões. O delegado destaca ainda que nem o sorteio nem o prêmio eram reais.

Suposto Prêmio

O delegado da Polícia Federal em Araguaína, Omar Peplow, em coletiva de imprensa realizada nesta manhã, deu detalhes da operação policial. Segundo investigações, os fraudadores abriram uma conta-corrente em nome de um ganhador fictício do suposto prêmio em dezembro do ano passado e o pagamento do valor foi liberado no último dia 5 de dezembro na própria Caixa da cidade de Tocantinópolis, localizada na região do Bico do Papagaio, pelo gerente da agência, Robson Pereira da Silva. Com o dinheiro em mãos, o grupo dividiu a quantia em duas outras contas bancárias, uma em Goiás (R$ 33 milhões) e outra em São Paulo (R$ 40 milhões). 

Descoberta da Fraude

Depois de confirmar a irregularidade, a administração da Caixa solicitou esclarecimentos por parte do gerente que autorizou a transação bancária, mas ele estava de férias e não se manifestou sobre a legalidade do pagamento. A Caixa então acionou a Polícia Federal para investigar o caso e pediu a prisão preventiva do gerente, que foi preso no último dia 22 de dezembro.

Segundo a PF, através do bloqueio de contas bancárias, 70% do valor repassado aos criminosos já foi recuperado. A polícia faz agora um levantamento dos bens das pessoas envolvidas na fraude, para dar uma entrada em um “sequestro” da propriedades no intuito de resgatar todo o dinheiro.

Logo que as contas foram bloqueadas, os suspeitos desconfiaram que uma investigação estava em andamento e estão foragidos e já são procurados pela Justiça.

Suplente de Deputado

A investigação aponta ainda indícios de participação de Ernesto Vieira de Carvalho no esquema, ele é suplente de deputado federal do Estado do Maranhão. Segundo a PF, Ernesto foi o responsável por apresentar os documentos para a abertura de uma conta bancária.

O gerente

De acordo com o delegado Omar Peplow, o gerente acusado de envolvimento na fraude, está preso à disposição da Justiça, na Casa de Prisão Provisória de Araguaína (CPPA) e alega ser inocente, ele afirma que foi vítima do golpe e que enviou os documentos relativos ao prêmio, para a Caixa Econômica em São paulo via malote. Contrariando o depoimento do suspeito, o delegado afirma que segundo investigações esse procedimento não aconteceu e o gerente liberou a quantia sem prestar contas com a Caixa.

Condenação

Os envolvidos responderão pelos crimes de peculato, receptação majorada, formação de quadrilha e da Lei 9.613/98 (lavagem de dinheiro). Somadas, as penas podem chegar a 29 anos de prisão --caso haja condenação.