FRAUDE NA CAIXA

Segundo a PF, por telefone gerente pediu a deputado, ajuda pra se defender

21 JAN 2014 • POR • 11h29
Agência da Caixa Econômica de Tocantinópolis. - Tocnotícias

Da Redação

A Polícia Federal (PF) inicia a segunda fase de investigações sobre a fraude na Caixa Econômica Federal, com o intuito de identificar outros participantes do esquema de desvio no valor de R$ 73 milhões. A operação da PF recebeu o nome de Éskhara e conta com o apoio do Mistério Público Federal (MPF).

Conforme o delegado federal Osmar Pepow, a PF identificou inicialmente cerca de 200 (duzentas) contas bancárias que receberam dinheiro do desvio e que, de imediato vão ser analisadas. Diante das informações já foram recuperados cerca de 70% do valor de R$ 73 milhões. Segundo Pepow estão sendo investigados valores de desvio de R$ 4,5 milhões nas contas do Estado do Ceará e R$ 750 mil enviados para contas no Estado da Bahia.

Fraude

Foi a maior já sofrida pela Caixa, que ocorreu no final do ano de 2013 e foi denunciada pela própria instituição financeira à Polícia Federal. De acordo com PF a quadrilha usou documentos falsos para abrir uma conta corrente na agência da Caixa situada na Cidade de Tocantinópolis (TO), a qual recebeu o depósito no valor de R$ 73 milhões. Desviado do banco estatal, o dinheiro foi depositado como sendo pagamento de um prêmio da mega sena que nunca existiu. O dinheiro foi transferido para várias contas.


Durante as investigações os agentes prenderam o ex-gerente geral da agência da Caixa em Tocantinópolis, identificado como Robson Pereira do Nascimento. De acordo com o delegado que investiga o caso, Nascimento tinha senha para acessar o sistema do banco, que libera recursos de prêmios de loterias. No entanto, era preciso enviar as informações sobre o bilhete premiado e aguardar a autorização do banco para liberação do dinheiro. Mas o ex-gerente liberou o dinheiro sem enviar as informações do bilhete.

No último sábado, 18, a PF prendeu o suplente de Deputado Federal Ernesto Vieira Carvalho Neto, filiado ao PMDB, ele é suspeito de fazer parte do esquema de desvio de dinheiro. De acordo com o delegado, quatro pessoas envolvidas no caso continuam foragidas.

O delegado federal, diz ter gravações de conversas telefônicas obtidas com autorização judicial, em que o ex-gerente pouco antes de ser preso, pede ajuda a Neto para se defender demonstrando já ter conhecimento de que a PF investigava o caso e teria identificado alguns dos envolvidos no esquema.

A Caixa Econômica Federal informou que não vai comentar o caso durante as investigações, e que acionou a Polícia Federal logo que constatou a fraude.