Apresentadora Sônia Abrão diz não saber como Rafael Ilha está vivo
25 AGO 2015 • POR • 09h14
Durante dois anos, a apresentadora Sônia Abrão dedicou três dias de sua semana para escrever a biografia "As pedras do meu caminho", que conta a trajetória do ex-vocalista do Polegar, Rafael Ilha, 42 anos. O livro, que será lançado no dia 2 de setembro em São Paulo, reúne mais de 50 entrevistas e possui 35 capítulos que narram a ascensão e queda do músico.
Foram 30 internações -- sendo uma delas aos 15 anos em um hospício onde foi obrigado a usar camisa de força e tomou eletrochoques --, além de nove overdoses, quatro paradas cardíacas, mais de oito detenções, tentativas de suicídio, o vício em drogas e a vivência nas ruas. Após o sucesso, ele perdeu todo o dinheiro que ganhou na infância e na adolescência, e teve que trabalhar como vendedor de salgados e em lojas de calçados.
Em sua última internação em uma clínica para dependentes químicos em São Carlos, interior de São Paulo, Rafael ficou durante três meses amarrado em uma cama sem poder se mexer, com um capacete na cabeça. Isso foi feito para evitar que ele engolisse mais algum objeto -- além de pilhas, canetas e isqueiros.
"Ele engolia as coisas para poder ser levado para o hospital, ser operado e depois fugir, já que na clínica era impossível. Era uma situação desesperadora. Ele não podia ir ao banheiro, não tomava banho, era limpo apenas com um pano molhado. Ele conta que estava enterrado vivo, que chorava, gritava, mas ninguém o ouvia. Mas essa internação foi a que deu certo...", relata Sônia.
Amiga de Rafael, a jornalista alega que manteve imparcialidade ao ouvir os relatos do músico, procurou ouvir diversas pessoas ligadas a ele e e durante seus encontros com o cantor, tinha o acompanhamento de um psiquiatra. "Às vezes ele falava muito, em outros momentos ficava mais calado. Aí, eu parava, íamos jantar, assistir novela, conversar sobre outros assuntos. É uma vivência sofrida e traumatizante. Tinha noites que eu não conseguia dormir, ficava chocada. Olhava para ele e falava: 'Como você está vivo ainda garoto?", conta Sônia, que há 20 anos faz análise com um terapeuta. (Fonte: Uol)