INVESTIGAÇÃO

Caso de professor que pediu redação sobre "boquete e 69" a alunos do 6º ano vai parar na delegacia

25 NOV 2019 • POR Metrópole • 11h14
Wendel Santana estava trabalhando há 20 dias como contrato temporário. - Divulgação

O professor temporário de português acusado de lecionar conteúdos obscenos para alunos do 6° ano não poderá mais assumir contratos em escolas vinculadas à Secretaria de Educação (SEEDF). Além disso, a pasta abriu um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra ele. O caso também está sendo investigado pela Polícia Civil. 

O docente, Wendel Santana (25 anos), deu aulas no Centro de Ensino Fundamental (CEF) 104 Norte, no Distrito Federal, por 20 dias para substituir um outro professor. O diretor da escola, Alessandro Rodrigues, afirmou que, assim que foi contratado, o docente foi orientado pela coordenação sobre quais conteúdos deveriam ser ministrados aos estudantes, que têm de 10 a 11 anos. “A princípio, não houve nenhuma reclamação, mas não demorou muito para os pais começarem a relatar os ocorridos. Imediatamente tomamos uma atitude e registramos um boletim de ocorrência”, disse.

No mesmo dia do fato, na última quarta-feira, o professor teve o contrato suspenso pela SEEDF. No último dia 13, a equipe de coordenação convocou uma reunião com os pais e responsáveis. “Explicamos todos os procedimentos e, inclusive, contratamos uma outra docente para os alunos não ficarem sem aula. Confesso que, em 30 anos de profissão, nunca vi isso acontecer. Essa abordagem sexual não se dá nessa série de forma alguma. Todos nós estamos chocados com a situação”, contou o diretor. Ainda de acordo com ele, as crianças terão atendimentos com psicólogos da instituição.

“Brasília, 13 de novembro de 2019. Objetivo: fazer o próprio currículo. Redação improvisada. Escrever sobre polidez e transformações afetivo-sexuais na adolescência (pós-infância). Sexo oral e penetração”, escreveu.

Ao lado das exemplificações, ele puxa setas e escreve as temáticas a serem abordadas sobre cada assunto formalmente e informalmente. Entre elas, usa palavras como: “boquete”, “69”, “fio terra”, “punheta”, entre outras.

Caso de polícia

A polêmica envolvendo o professor virou caso de polícia. A Polícia Civil confirmou que pais de alunos registraram a ocorrência na 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte). Responsáveis por estudantes disseram que o profissional, que foi contratado temporariamente pela Secretaria de Educação, deu “show de horrores” em sala de aula.

Segundo a polícia, inicialmente, o crime investigado está inserido no artigo 232 do ECA, que consiste em submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento. A pena prevista é detenção de seis meses a dois anos. A tipificação criminal pode mudar no decorrer das apurações. As autoridades alertam que os pais devem registrar ocorrência. Em casos sensíveis como esse, a 2ª DP trabalha em conjunto com a DPCA e possui policiais treinados para colher depoimentos dos estudantes.