ELEIÇÕES EM ARAGUAÍNA

Impasse entre Vicentinho e Dimas ameaça Marcus Marcelo e pode trazer Rérisson de volta ao jogo

6 SET 2020 • POR Redação • 14h04
Líderes estaduais enfrentam conflitos de interesse nas duas principais cidades do Estado. - Divulgação

A reaproximação entre o prefeito de Araguaína Ronaldo Dimas, líder regional do Podemos e o deputado federal e presidente regional do PL, Vicentinho Júnior, mal se recuperou depois do rompimento nas últimas eleições para governador e os dois já enfrentam uma queda de braço para conseguir consolidar seus grupos para o pleito deste ano. Nessa gangorra política, o vereador Marcus Marcelo (PL) recém escolhido como pré-candidato à vice de Wagner Rodrigues (SD), corre o grande risco de ser deixado de lado na disputa pela prefeitura de Araguaína, abrindo espaço para o delegado Rérisson Macedo entrar de volta ao jogo.

O Impasse

O motivo do bafafá gira em torno da disputa pelo comando das duas principais cidades do Estado: Palmas e Araguaína. De um lado está Vicentinho Júnior, que lançou sua pré-candidatura a prefeito de Palmas e quer como vice, o presidente metropolitano do Podemos, Alan Barbiero, que por sua vez, também foi escolhido como candidato na convenção do partido nesse sábado (05) e não tem interesse em abrir mão da disputa.

Do outro lado está Ronaldo Dimas, que trabalha em Araguaína a candidatura de Wagner Rodrigues e que depois de uma análise minuciosa para realinhar acordos com o grupo de Vicentinho, decidiu colocar Marcus Marcelo (PL) como vice.  O vereador, era até então pré-candidato à prefeito pelo PL e abriu mão da disputa para compor a chapa encabeçada pelo ex-chefe de gabinete do prefeito.

Só que a falta de consenso em relação ao pleito na capital, pode sobrar para Marcus Marcelo em Araguaína, que orientado por Vicentinho Júnior, poderá desistir da candidatura de vice. 

Resistência

Nos bastidores políticos, a informação é de que Dimas demonstra resistência em retirar a candidatura de Barbiero na capital, sob o argumento de que é contra a interferência nas decisões locais da legenda. A postura de Dimas também demonstra que ele ainda amarga o gosto do episódio de 2018, quando o então senador Vicentinho Alves, na época colega partidário do prefeito, se lançou candidato a governador na eleição suplementar, mesmo com Ronaldo Dimas estando em plena pré-campanha, oportunidade em que o gestor virou as costas para o senador, rompeu com o partido e seguiu apoiando Mauro Carlesse (DEM). 

Duro na Queda

Em recente entrevista à Coluna do CT, o deputado manteve a postura "duro na queda" e avisou que não vai embarcar em projeto político pessoal: “Então disse ao Ronaldo que, se ele tem interesse de fazer essa caminhada de agora, começando do zero, para frente, eu estou pronto, o PL está pronto. O PL não vai embarcar em projeto pessoal. Não é no meu, não é de ninguém. Não é aqui, não é em Araguaína, em lugar nenhum do Estado. O partido hoje é maior do que vaidades e interesses pessoais”, garantiu.

Vicentinho ainda completou acrescentando que se o Podemos acha que é importante ter o apoio do PL em Araguaína, tem que dar a outra mão em Palmas. “Nada mais justo do que, se o Podemos quer o PL como vice em Araguaína, ele dar a mesma condição, o mesmo direito do PL querer, sim, ter o vice do Podemos em Palmas”, propôs.

O parlamentar ressaltou também que o grupo político que está sendo construído neste pleito vislumbra as eleições estadual de 2022: “O Tocantins pode ter certeza de que a quem eu me propor a debater política de agora para frente estou dando o recado de que em 2022 quero caminhar junto também”, avisou.

Volta ao Jogo

Vale recordar que na semana passada, a escolha de Marcus Marcelo como vice, deixou Rérisson Macedo em uma situação bastante desconfortável. O delegado migrou para o Podemos assumindo a posição de presidente do diretório municipal da legenda e acreditava que seria indicado à vice pelo grupo liderado por Dimas. Com a decisão do prefeito, Rérisson acabou sendo deixado de lado, isso porque ele optou por não se descompatibilizar à tempo de ser candidato a vereador, já que ele é presidente municipal da sigla e para evitar assim um mal estar entre os demais pretensos candidatos à uma vaga na Câmara Municipal.

Delegado Rérisson (à esq.) e Marcus Marcelo (à dir.) (Foto: Divulgação)

Agora, diante da falta de entendimento entre os líderes do Podemos e PL, se o impasse persistir, Rérisson poderá voltar ao jogo como vice de Wagner Rodrigues e o barco de Dimas continuaria nagevando sem Marcus Marcelo na chapa. Outro detalhe importante de ser lembrado, é que durante a pré-campanha, rolou um atrito entre Marcus Marcelo e alguns dos principais aliados de Dimas, o que deixou o vereador em desvantagem no grupo que prefere o nome de Rérisson Macedo ao invés dele. 

Por aqui, aguardamos as cenas dos próximos capítulos.