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ILEGALIDADE

Com a omissão do Poder Público, calçadas continuam lotadas de camelôs

19 abril 2011 - 12h15

Daniel Lélis
Da Redação


ício do ano, o Portal O Norte tem recebido denúncias de comerciantes referente à presença de ambulantes pelas avenidas comerciais na região central de Araguaína.

Na manhã desta terça-feira, 19, não foi diferente e andando pelas avenidas constatamos a presença de uma grande quantidade de camelôs pelas calçadas espalhando seus produtos pelo espaço que deveria servir apenas para o tráfego de pedestres.

Tendo em vista o papel fundamental no desenvolvimento do comércio na cidade através da Secretaria da Indústria Comércio e Turismo do Município, que tem como gestor, Nahim Halum, nossa equipe sempre buscou conversar com o secretário para obter mais esclarecimentos e possíveis soluções sobre a problemática.

Denúncias anteriores
Nossa reportagem relembra as denúncias feitas por comerciantes ainda no mês de janeiro sobre a presença ilegal de vendedores ambulantes nas portas de estabelecimentos comerciais da cidade o que provocou a insatisfação dos comerciantes citando como concorrência desleal a ação dos camelôs nas avenidas comerciais, quando foram acionados  Fiscais de Postura do Município que entraram em ação na mesma semana retirando os camelôs das ruas.

Na época, nossa equipe conversou com o secretário sobre a questão dos camelôs. Na entrevista, Nahim afirmou, que a Prefeitura estaria estudando a criação de um local para que os camelôs fizessem o seu trabalho de maneira regular.

Dias depois da denúncia publicada, nossa reportagem foi novamente acionada pelos comerciantes que reclamavam da insistência dos camelôs em trabalhar pelas ruas de Araguaína. Na oportunidade procuramos o secretário Nahim Halum, que por sua vez minimizou o problema afirmando ser um exagero a denúncia e declarando que havia assuntos mais importantes para se tratar na cidade. (Confira a matéria na íntegra aqui)

O resultado dessa omissão do Poder Público em coibir a prática ilegal de vendas pelas calçadas é que até o momento nenhuma medida eficiente foi tomada nesse sentido e cada vez mais tem aumentado o número de camelôs pelas ruas de Araguaína.

O que dizem as pessoas?
Monizy Takahagassi dos Reis, 22 anos, técnica em enfermagem, afirma: “as autoridades deveriam providenciar um espaço para que eles pudessem trabalhar com dignidade; fingir que eles não existem é um absurdo”.

Pirataria é crime e a maioria dos camelôs praticam a luz do dia”, comenta Lúcia Martins Nogueira, 25 anos, estudante: “Onde estão aqueles que deveriam fiscalizar, impedir e punir os que contrariam a lei? Por que se omitem?”, questiona ela.

Já Gildeon Morais, gerente de uma rede de lojas, cuja calçada abriga dezenas de camelôs, é menos radical. “Essas pessoas não tem outra alternativa. Se estão aqui é porque não tem outra opção. Melhor que estejam trabalhando que roubando. De qualquer maneira, o Poder Público deveria arrumar um lugar legal pra eles como foi feito no Shopping Popular, por exemplo”.

Justificativa
Maradona, 35 anos, camelô que vende grampeadores nas calçadas da Avenida Cônego João Lima, explica o porquê de estar ali: “Não estou aqui porque quero, mas é que esta é a única alternativa que eu encontrei pra sustentar a família. Se a Prefeitura organizasse um espaço para nós, em que pudéssemos fazer o nosso trabalho, com certeza a gente não estava nas ruas”, ressalta ele.


Duras críticas
O trabalho da Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo de Araguaína tem sido questionado e criticado na cidade. A exemplo disso, o vereador Gerônimo Cardoso (PMDB) semana passada em sessão da Câmara Municipal em tom irônico, afirmou que as ações desenvolvidas pela Secretaria são “desnecessárias” e “inconclusivas” e ainda acrescentou que “A Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo deveria chamar-se Secretaria à toa e malandra do município de Araguaína”.

Nossa equipe de reportagem, procurou Nahim Halum em sua Secretaria, para se manifestar a respeito das críticas ao seu trabalho frente à pasta, porém não o encontramos. Tentamos também por telefone conversar com o secretário que atendeu a ligação, mas quando soube do que se tratava, em tom de deboche desligou o celular.