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ARAGUAÍNA

Poder Municipal realiza mobilizações em Combate ao Abuso e à Exploração Sexual

18 maio 2011 - 11h03

Daniel Lélis
Da Redação


Foi realizada ontem, dia 17, na Câmara Municipal de Araguaína, audiência pública para debater as políticas desenvolvidas pelas autoridades no combate à exploração sexual de crianças e adolescentes. O debate aconteceu um dia antes do Dia Nacional de Combate a este tipo de violência.

Na oportunidade, coordenadores do Projeto "Tecendo a Paz" apresentaram aos vereadores e ao público presente as ações do "Plano de Intervenção Tecendo a Paz de Combate à Violência contra Criança e Adolescente" e solicitaram a criação da Frente Parlamentar Municipal para defesa dos interesses da juventude.

Além de coordenadores do Conselho Tutelar e CREAS - Centro de Referência Especializado de Assistência Social, a audiência pública contou com a participação de várias autoridades do município, entre elas, o secretário de Desenvolvimento Social e Habitação do Município, Jota Patrocínio, a secretária de Administração, Beatriz Helena, o secretário de Governo, Zildomar de Almeida, a delegada da infância e da juventude, Balma Martins Araújo entre outros.

CREAS
De acordo com Eidila Augusta de Azevedo Mesquita, coordenadora do CREAS, o órgão, que é vinculado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Habitação e fica localizado no Setor Martins Jorge, tem como finalidade atender as crianças e adolescentes que tiveram seus direitos violados, através do acompanhamento psicossocial especializado. A equipe do CREAS, conta ela, é formada por duas educadoras, uma psicóloga e uma assistente social.

Sobre o número de atendimentos nos últimos anos, Edila afirma: “Em 2009, o CREAS fez 120 atendimentos; em 2010, 102; e de janeiro até o dia 16, 43 casos foram atendidos”. Dos 43, ressalta Eidila, 28 eram abusos sexuais cometidos na grande maioria por familiares. Aliás, é a família, segundo a coordenadora, o maior empecilho na luta contra este tipo de violência: “Os familiares tem medo de denunciar quem cometeu os abusos e muitas vezes, inclusive, há quem os proteja”, explica ela.

Delegacia desequipada
Em entrevista à nossa reportagem, a Delegada Balma Martins Araújo, da Delegacia da Infância, especializada no combate a crimes contra crianças e adolescentes, defende a estruturação do órgão para atender as vítimas deste tipo de violência: “Nós precisamos de um local mais apropriado para receber estes jovens, que precisam ser acompanhados lá mesmo na delegacia por profissionais preparados para oferecer-lhe o suporte devido”, explica ela, que completa dizendo: “As crianças já chegam fragilizadas. Diante do ambiente hostil da delegacia, então, se sentem acuadas para expor os seus problemas”.


Onde procurar ajuda?
Jota Patrocínio que também conversou com nossa equipe, informa que há em Araguaína duas casas para receber as crianças e adolescentes vítimas de violência, ambas localizadas no setor Martins Jorge. “A casa de acolhimento e a casa abrigo estão aptas a receber aqueles jovens que tiverem seus direitos violados”, afirma o secretário, que também reconhece que o contingente de profissionais e a estrutura das casas são insuficientes: “Infelizmente a violência cresce mais rápido que o nosso poder de ação, mas temos feito tudo que está ao nosso alcance”, assegura ele.

Para denunciar
Para denunciar abusos de qualquer natureza contra crianças e adolescentes, basta ligar no Disque 100. É gratuito e sigiloso. Na cidade de Araguaína, o interessado também pode entrar em contato com o CREAS pelo telefone (63) 3421 -1633, ou se dirigir até o órgão, que fica na Rua Buenos Aires, nº 441, Setor Martins Jorge ou a Delegacia de combate a crimes contra crianças e adolescentes, situada na Avenida Tocantins nº877, setor Rodoviário e atende no seguinte número: (63) 3414-0567.

Histórico do dia
O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes foi instituído pela Lei n.º 9.970, de 17 de maio de 2000, em razão de um crime que comoveu o Brasil, ocorrido na cidade de Vitória, capital do Espírito Santo, em 1973. Naquele ano, a menina Araceli Cabrera Crespo, de oito anos, foi espancada, violentada e assassinada. Até hoje, os culpados pelo crime não foram punidos.

Em Araguaína
A Prefeitura através da Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação, realiza uma mobilização nesta quarta-feira.

Cinco equipes, incluindo profissionais do CREAS e Conselho Tutelar, estão panfletando pelas ruas da cidade e conversando com a população para alertar sobre a importância  de denunciar abusos e explorações contra a criança e o adolescente bem como conscientizar sobre a necessidade de se debater o assunto.