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Drama: Sem moradia, família ocupa vestiário de ginásio há seis anos

18 julho 2011 - 07h01

Daniel Werneck
Da Redação


A Redação do Portal O Norte recebeu  denúncia que indicava o abandono e precariedade do Ginásio Poliesportivo do Setor Noroeste. Deslocando-se ao local para conferir o fato, nossa reportagem se deparou com uma realidade mais lamentável ainda.

Em meio ao matagal e muita sujeira que tomou de conta do lugar, uma família está abrigada dentro do vestiário do ginásio. A situação é dramática, sem a menor condição de higiene a família ocupa o espaço, por não ter uma moradia digna para viver.

A mãe, Gardênia Gomes Pereira, 27 anos, ao avistar nossa equipe foi correndo ao encontro. Emocionada e muito apreensiva, acreditava que estávamos ali pra expulsá-los do lugar. “Vocês vão me mandar embora daqui?” questionou a mãe bastante abalada.

A família
Tranquilizada pela nossa equipe, Gardênia Pereira, falou sobre a triste situação que ela juntamente com seu esposo e mais duas filhas pequenas, uma com apenas nove meses e outra com sete anos de idade, vivem no local. Segundo Gardênia, a família reside no Ginásio há 6 anos, ela é dona de casa e seu esposo sobrevive fazendo bicos como ajudante de pedreiro, mas atualmente, ambos encontram-se desempregados.

Em entrevista à nossa reportagem, a mulher conta que durante todo esse tempo vem passando por várias dificuldades com sua família: “Tem dia que eu vou dormir com fome, porque não tenho nada pra comer, tento pelo menos conseguir comida pra dar pros meus filhos. Estamos sobrevivendo graças à ajuda de alguns vizinhos”, explica Gardênia.

Descaso
Segundo a vizinhança local, nenhum órgão do Poder Público Municipal procurou visitar o local a fim de oferecer ajuda à família, muito pelo contrário, eles já teriam sido ameaçados de despejo inúmeras vezes.

“Eles já cortaram a energia e disseram que semana que vem vão vir cortar a água”, ressalta a Gardênia, que não soube explicar de quem partiu a ameaça, “Não tenho estudos e não entendo dessas coisas”, enfatizou.

Desesperada, a jovem relata que não consegue dormir, pois tem receio de ser despejada junto com seus filhos e acabar vivendo nas ruas. Enquanto conversávamos, Gardênia afirma que naquele momento seu esposo estaria no Centro da cidade procurando um emprego, pois eles mais uma vez já não tinham como alimentar seus filhos.

Apelo
Ainda em entrevista, Gardênia, explica que já procurou ajuda na prefeitura a fim de ganhar uma casa popular do município, onde a mesma efetuou um cadastro. Segundo ela, a Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação nunca entrou em contato com a família. “Meu sonho é ter um lugar pra “mim” ficar com meus filhos e meu marido”, disse.

Casas Populares
Em recente entrevista concedida ao Portal O Norte, o Secretário de Desenvolvimento Social e Habitação, Jota Patrocínio, falou sobre as Casas Populares construídas próximas ao Estádio Mirandão. Segundo Jota Patrocínio, serão entregues 930 unidades habitacionais destinadas a famílias carentes do município. A entrega da primeira etapa da obra está prevista para o mês de agosto, a outra parte será entregue em setembro deste ano. As casas localizadas nos Bairros Vila Azul I e II, são obras do Programa Minha Casa, Minha Vida instituída pelo Governo Federal em parceria com a Prefeitura Municipal.