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ARAGUAÍNA

Aumento da criminalidade reflete a frágil situação da segurança pública

17 novembro 2011 - 08h57

Da Redação


Araguaína recentemente foi apontada no ranking brasileiro entre as cem cidades mais violentas do país, o fato traz à tona sérios questionamentos quanto a atuação do poder público neste sentido.

De acordo com o último relatório do Mapa da Violência 2011, Araguaína ficou na posição 97º entre os municípios com 10 mil habitantes ou mais, de 2006 a 2008, em número de homicídios na população total. Araguaína registrou, nos três anos, 160 homicídios, sendo 50 deles em 2006, 43 no ano seguinte, e 67 em 2008, sendo a única cidade do Tocantins nesta posição.

Vítimas da violência
Incluída nesta lamentável estatística, a adolescente Ana Caroline Tenório, 14 anos, foi assassinada em sua casa em Araguaína no dia 19 de maio de 2007, com 21 facadas. Mais de quatro anos se passou e a família continua sem solução para o crime que chocou a cidade. Até hoje, a mãe da adolescente, Ivanilde Tenório, cobra respostas, pede justiça e culpa a polícia pela insuficiência de provas.

Semana passada, no setor Araguaína Sul, apontado como um dos mais violentos do município foi a vez do policial militar Cabo Isaías Francisco de Souza, se tornar mais uma vítima da violência que diariamente amedronta a população, especialmente as pessoas que vivem em bairros periféricos da cidade e são obrigadas a conviver entre outros problemas, com o tráfico de drogas. Até o momento, os assassinos não foram identificados e a Polícia Militar vem pedindo auxílio da população na busca de informações para chegar aos autores do crime.

Mas não são somente os bairros afastados da região central que sofrem com a violência. No mesmo dia do assassinato do PM, a casa lotérica Santa Fé, localizada no auto do Bairro São João, foi assaltada por dois meliantes que invadiram o estabelecimento e de cara limpa, armados, anunciaram o assalto. Segundo o empresário Adelino Souza Silva, pela quarta vez a casa lotérica que foi inaugurada há exatamente um ano foi assaltada. Apesar de a polícia ter chegado ao local assim que foi acionada, os bandidos não foram capturados. Senhor Adelino Silva apontou a falta de segurança como o principal motivo da onda de assaltos em seu estabelecimento.

Viaturas sem combustível
No último dia 19 de outubro as viaturas da Polícia Militar, permaneceram paralisadas no pátio do quartel por três dias, por falta de combustível para o abastecimento dos veículos. Das 15 viaturas utilizadas no patrulhamento urbano, apenas três estavam realizando o trabalho.

Negligência
A falta de efetivo policial em Araguaína é algo evidente, mais uma prova disso, foi a ausência de policiais militares no último final de semana emendado ao feriadão quando aconteceu a Virada Cultural em comemoração aos 53 anos da cidade, uma festa que durou quatro dias e foi realizada pela Prefeitura Municipal e Governo do Estado, na Avenida Filadélfia, praticamente em frente ao quartel da Polícia Militar.

De acordo com a organização do evento, o Comando do 2º BPM, não enviou reforço policial suficiente ao local nas festividades. Durante os dias de comemoração apenas dois policiais foram vistos, porém nem chegaram a permanecer no local que trouxe para a Avenida uma média de 10 mil pessoas por noite e no último dia alcançou mais de 15 mil. A ausência de policiais no local é injustificável devido ao aglomerado de participantes, quando os riscos de acontecer uma tragédia são maiores.

O fato aponta uma evidente negligência do comando para com a segurança da população, entre eles, crianças, mulheres e idosos, que participaram da festa. Ao Portal O Norte, a organização explica que em dois anos que coordena eventos no local, nunca havia acontecido episódio semelhante, e ressalta que, apesar da fragilidade no suporte dado pelo comando militar de Araguaína, dentro do circuito felizmente nenhum incidente grave aconteceu, e que como de costume são contratados 20 profissionais para garantir a segurança no local.


Cada exemplo apresentado mostra a fragilidade da segurança pública em Araguaína hora demonstradas pela necessidade do aumento de efetivo assim como a negligência na atuação policial, o que reflete nos altos índices de violência no município. Enquanto a cidade cresce e a criminalidade só aumenta, a população permanece refém da insegurança.