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ABANDONO

A dura realidade da Feirinha: Prostituição, drogas e insegurança

24 janeiro 2011 - 17h46

Da Redação

Após o episódio ocorrido no último dia, 19, quando um repórter do Portal O Norte, Romário Souza, foi abordado por delinqüentes na Feirinha e teve seu equipamento de trabalho roubado pelos mesmos indivíduos, nossa equipe de reportagem voltou a visitar o local, para registrar como vivem moradores e comerciantes à mercê da criminalidade e marginalidade em que estão inseridos.
 




A Feirinha

Situada entre o Bairro São João e a Vila Aliança na cidade de Araguaína, a Feirinha abrange cerca de três quadras, constituídas de pequenos e médios comércios como supermercados, açougues, lanchonetes, feira de verduras e frutas, bares entre outros.

O nome do lugar parece positivamente sugestivo, porém a realidade é outra. Isso porque, não é apenas do comércio legal que sobrevivem muitas pessoas na Feirinha, que hoje é denominada pela população araguainense como “Cracolândia”.

No decorrer destes pouco mais de 53 anos da cidade de Araguaína, a criminalidade, prostituição e miséria, tomaram conta do espaço ocupado pelos donos de estabelecimentos comerciais e moradores que são obrigados a conviver com essa dramática condição social, assistindo de camarote situações trágicas e outras vezes sendo propriamente vítimas das circunstâncias.

Criminalidade
Abandono, medo, insegurança, violência, drogas, prostituição, este é o verdadeiro retrato da Feirinha. Em contraste com essas problemáticas estão moradores, comerciantes e trabalhadores que sentem na pele o dia-a-dia no local mais perigoso e violento da cidade de Araguaína. Tendo em vista que incidentes como roubos, tiroteios e assassinatos fazem parte do cotidiano de quem vive na região.


Comércio
Comerciantes preocupados com o grande número de incidentes e roubos em seus estabelecimentos apontam a criminalidade e violência como algumas das principais causas da queda nas vendas do comércio.


A Feirinha tem tudo o que não presta, tem drogas, malandros, assaltantes e prostituição. A todo o momento chegam bêbados e drogados em meu estabelecimento caindo no chão, eles entram e roubam minhas mercadorias e não posso nem me defender porque a polícia diz que a gente não pode reagir que isso é procurar a morte. Aí, tudo o que é de valor eles roubam para comprarem drogas” reclama a senhora Maria Siva, 56 anos que trabalha no comércio da Feirinha há mais de 36 anos e questiona “Como nosso comércio pode crescer ou continuar a vender alguma coisa? As pessoas têm medo de passar por aqui. Eu gostaria de ter um lugar melhor pra trabalhar porque essa situação é muito difícil", diz Maria Silva.

Os estabelecimentos públicos da Feirinha, como banheiros e o próprio galpão onde é instalada a pequena feira de frutas e verduras, encontra-se em estado visível de abandono, e os trabalhadores e moradores reclamam que os bares e prostíbulos estimulam o tráfico de drogas e a violência: “Acho que muita coisa aqui na Feirinha tinha que mudar, há anos ela precisa de um reforma geral, aqui, por exemplo, não deveria ter esses bares que só é um “chama” pra traficantes, drogados e prostitutas”, afirma a moradora Marionete dos Santos, 36 anos.

Insegurança
Todos os dias, agentes da Polícia Militar fazem rondas freqüentes pela Feirinha a fim de amenizar a situação caótica da violência e crimes, porém, comerciantes reclamam que os agentes trabalham somente até a 18h00min e a ação dos bandidos e traficantes continuam a induzir o medo no período noturno. “Quando chega a noite sem polícia por perto, eles invadem comércios e roubam mercadorias de valor para comprar crack e cocaína não sabemos até onde essa situação vai chegar”. Declara Romilsom Resplandes, 35 anos, que é comerciante há mais de 10 anos no local.

A moradora, Maria de Jesus, 65 anos, amedrontada com a freqüente violência no lugar declara: “Não é bom ficar morando entre tiroteios, tráficos, prostituições e crimes todos os dias, fico com medo a todo a tempo de acontecer alguma coisa comigo e com a minha família”, fala a moradora.


Semana passada morreu um rapaz aqui na Feirinha, estava jogado nos esgotos, cheio de sangue e tiros na cabeça é uma situação preocupante, o meu medo é que a gente que é cidadão de bem se torne mais uma vítima”, declara o comerciante Marcelo Barbosa, 36 anos que trabalha no local há dez anos.

Enquanto o problema não é resolvido, comerciantes e moradores que convivem à beira da marginalidade existente na Feirinha cobram do Poder Público, soluções urgentes para a situação.