A polêmica sobre o futuro do Instituto Municipal de Previdência de Araguaína (IMPAR) ganhou novos capítulos nos últimos dias. Tudo começou quando o prefeito Wagner Rodrigues afirmou, em vídeo divulgado nas redes sociais, que o atual Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) do Magistério poderia levar o IMPAR à falência em até cinco anos.
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“Se ele continuar assim, o Instituto de Previdência pode quebrar em no máximo cinco anos. A conta não fecha”, disse o gestor, levantando uma onda de críticas entre servidores.
PARECER CONTRÁRIO
A declaração, no entanto, foi contestada pelo Conselho Fiscal do instituto, que publicou um parecer técnico desmentindo a previsão de colapso. O documento foi aprovado por unanimidade e garante que, até o momento, o IMPAR não apresenta déficit financeiro.
Segundo o parecer, o instituto possui patrimônio líquido de R$ 351,2 milhões e valores a receber de R$ 256,4 milhões — um total superior a R$ 607 milhões, número que reforça a estabilidade financeira do órgão.
O Conselho ainda recomendou que a diretoria executiva do IMPAR divulgasse oficialmente o parecer para tranquilizar os servidores ativos e inativos, frisando que “as informações do prefeito estão equivocadas”.
PREFEITO REBATE
A reação do Conselho provocou uma resposta imediata do prefeito, que voltou às redes sociais para se defender e reafirmar suas declarações. Segundo ele, “não há exagero nenhum” em seu alerta.
Wagner afirmou que dois estudos atuariais realizados pelo próprio IMPAR identificaram déficits de R$ 271 milhões e R$ 678 milhões, respectivamente. “Hoje quase ninguém sente o problema porque ainda tem muita gente contribuindo e poucos recebendo”, argumentou.
De acordo com o prefeito, cerca de 25% dos servidores devem se aposentar nos próximos quatro anos, sendo a maioria ligada à educação. Ele também destacou a diferença entre os benefícios pagos pelo IMPAR e os valores do INSS, afirmando que há casos de aposentadorias acima de R$ 21 mil.
“Chega uma hora que a conta não fecha. Se o IMPAR quebra, quebra junto a vida de quem dedicou anos ao serviço público”, disse o gestor, ressaltando que a situação pode comprometer a obtenção do Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP) — documento necessário para o recebimento de repasses estaduais e federais.
EMBATE POLÍTICO E PREVIDENCIÁRIO
O embate entre o Conselho Fiscal e o prefeito acontece em meio às discussões sobre a proposta de reformulação do PCCR do Magistério, enviada à Câmara Municipal por Wagner Rodrigues.
Enquanto o Conselho tenta tranquilizar os servidores com base nos números atuais, o prefeito sustenta que as mudanças são necessárias para evitar um colapso futuro.
De um lado, técnicos afirmam que o IMPAR está sólido; do outro, o gestor alerta para um rombo crescente e cobra ações imediatas.
O resultado é um impasse que mistura cálculos atuariais, disputas políticas e o temor de servidores que agora se perguntam: afinal, o IMPAR está mesmo em perigo — ou o alarme é apenas parte de um jogo de convencimento?


O prefeito wagner voltou a defender seu posicionamento sobre a situação do Impar. - Crédito: Reprodução Instagram 


