No final da tarde da última sexta-feira, (17), a Base do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Araguaína foi palco de um reencontro emocionante. A jovem Kelly Ohana, de 25 anos, voltou ao local acompanhada da família e de membros da comunidade evangélica para agradecer aos profissionais que salvaram sua vida após um grave acidente de trânsito.
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O ACIDENTE E O RESGATE
O acidente ocorreu em 24 de agosto de 2024, quando Kelly voltava da igreja para casa. Seu carro foi atingido por um veículo de grande porte em alta velocidade, conduzido por um adolescente. O impacto foi violento, deixando a jovem presa às ferragens e com múltiplas fraturas, inclusive no maxilar e na mandíbula, o que comprometeu sua fala.
A mãe, Ivoneide Alves, recorda o momento com emoção. “Sou muito grata à equipe do SAMU, pois no dia do acidente eles foram acionados para uma ocorrência com vítima fatal. Ao chegarem, encontraram minha filha com vida e lutaram para mantê-la assim. Foram minutos de fé e coragem”, relembra.
DIAS DE LUTA PELA VIDA
Durante o atendimento, a equipe da Unidade de Suporte Avançado estabilizou Kelly e a encaminhou com urgência ao Hospital Regional de Araguaína (HRA). O atendimento foi decisivo, como explica a enfermeira Francislete Lira: “Foi um daqueles atendimentos em que o coração fala mais alto, e a gente só pensa em fazer o impossível para salvar.”
Kelly passou 45 dias internada na UTI, sofreu três paradas cardíacas e precisou de cirurgias e traqueostomia. Após a alta, iniciou um longo processo de reabilitação com acompanhamento de fonoaudióloga, fisioterapeuta, psicóloga, musicoterapeuta e neurologista.
A recuperação foi lenta e cheia de desafios. Sem conseguir andar, falar ou se alimentar sozinha, Kelly contou com o apoio integral da mãe. “Foi como ver minha filha nascer de novo, só que dessa vez com muito mais força e fé”, diz Ivoneide.
REENCONTRO MARCADO PELA GRATIDÃO
Durante a visita à base do SAMU, Kelly reencontrou a equipe que participou do resgate: o médico Dom Leonardo, a enfermeira Francislete Lira, a técnica de enfermagem Rosiania Martins e o condutor socorrista Sebastião Dias. Entre abraços e lágrimas, o momento simbolizou reconhecimento e esperança.
“A alegria de quem trabalha no pré-hospitalar é ver a pessoa seguir vivendo, poder reencontrar a família. É muito gratificante. Só dá valor ao serviço do SAMU quem um dia precisou dele”, afirmou a enfermeira Francislete.
ALERTA SOBRE SEGURANÇA NO TRÂNSITO
O diretor administrativo do SAMU, Jales da Silva, destacou que, entre janeiro e setembro de 2024, foram registradas 1.679 ocorrências de acidentes — uma média de 186 por mês em Araguaína.
“O SAMU está disponível 24 horas por dia, mas é fundamental que a população tenha prudência no trânsito. Evitar o consumo de álcool, respeitar os limites de velocidade e agir com responsabilidade pode salvar vidas”, alertou.
FÉ, SUPERAÇÃO E NOVOS COMEÇOS
Hoje, Kelly segue o tratamento no Hospital Sarah Kubitschek, em Brasília (DF), e continua o processo de reabilitação. O reencontro com os socorristas reforçou o valor da vida, da fé e do trabalho em equipe.
“A Kelly é prova viva de que milagres acontecem e de que o trabalho do SAMU faz a diferença entre a vida e a morte”, afirmou um dos líderes da congregação.


O reencontro emocionou familiares, servidores e amigos, reforçando a importância do trabalho dedicado dos profissionais do serviço de urgência - Crédito: Thiago Santos 


