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LUTO NO AGRO!

Agropecuarista de Araguaína morre aos 63 anos e deixa legado de influência nacional

15 maio 2025 - 08h43Por Da Redação

O agro brasileiro está de luto. Faleceu nesta terça-feira (14), aos 63 anos, o criador de Araguaína, Ricardo Abate Filho, uma das figuras mais influentes da asinocultura nacional e símbolo da raça Jumento Pêga no país. Ele era reconhecido como um dos principais guardiões da raça e fundador da linhagem RAF, respeitada por criadores em todo o território nacional.

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Sua atuação ultrapassou as porteiras do haras: moldou padrões, incentivou a valorização da raça e formou uma geração de apaixonados pelos asininos marchadores.

PIONEIRISMO E DEDICAÇÃO:  

Desde cedo, Ricardo demonstrou paixão por animais de marcha e com olhar técnico e visão de futuro, decidiu investir na seleção do Jumento Pêga, uma raça brasileira ainda pouco valorizada à época. Com persistência, formou o Haras RAF, que se tornaria um marco na equinocultura.

Ele selecionava reprodutores e matrizes com critério rigoroso, buscando não apenas estética e funcionalidade, mas também temperamento equilibrado, rusticidade e marcha correta. Com isso, conseguiu fixar uma linhagem que unia desempenho, morfologia e comportamento — características essenciais para a formação de mulas campeãs e animais de sela.

MELHORAMENTO GENÉTICO

Ricardo Abate Filho foi além da estética. Ele acreditava que a função era o que validava a forma. Por isso, investiu fortemente no melhoramento genético com foco em marcha e resistência. Seus jumentos não só encantavam os jurados nas pistas de exposição, mas também desempenhavam papel fundamental na lida diária do campo, em terrenos desafiadores e jornadas extensas.

Graças a esse trabalho de seleção criteriosa, o nome RAF passou a figurar entre os mais premiados do Brasil, com animais campeões nacionais e reconhecidos por sua pureza racial e funcionalidade.

COMPROMISSO COM A RAÇA 

Mais do que um criador, Ricardo era um defensor incansável da raça Pêga. Esteve presente em feiras agropecuárias, exposições oficiais, eventos técnicos e encontros de criadores, sempre com a missão de difundir conhecimento, fomentar negócios e valorizar o papel histórico e zootécnico do jumento na pecuária brasileira.

Foi um parceiro ativo da Associação Brasileira dos Criadores de Jumento Pêga (ABCJPêga), contribuindo diretamente para o crescimento da entidade. Em nota oficial, a associação declarou:

“Seu legado, dedicação e paixão deixarão marcas eternas na história da criação nacional, se eternizando a linhagem RAF na Família Abate.”

“Ricardo era mais que um criador: era um mestre, inspiração e símbolo de paixão pela raça Pêga. Sua partida deixa uma lacuna irreparável, mas seu legado viverá em cada animal RAF que desfila nas pistas do Brasil.”

JUMENTO PÊGA

Originário de Minas Gerais, o Jumento Pêga é uma raça rústica, dócil e marchadora, que se destaca pela capacidade de produzir mulas com marcha e resistência excepcionais. É um animal versátil, usado na lida rural, no transporte e nas competições.

Durante décadas, a raça enfrentou desvalorização e até preconceito. Foi graças a criadores como Ricardo que o Pêga reconquistou respeito no campo e nas pistas, tornando-se objeto de paixão, estudo e investimento.

LEGADO VIVO

Com a linhagem RAF, Ricardo Abate Filho criou um legado que ultrapassa fronteiras e gerações. Seus animais continuam sendo referência e são procurados por criadores que buscam qualidade genética, desempenho funcional e fidelidade ao padrão racial.

Sua contribuição vai além da genética: ele educou, orientou, inspirou e construiu pontes dentro do setor agropecuário.

*Com informações do portal Compre Rural