O número de evangélicos no Brasil continua crescendo e já representa 26,9% da população com 10 anos ou mais, segundo dados do Censo 2022 divulgados pelo IBGE. Em 2010, esse grupo representava 21,6%. Apesar do avanço, o ritmo de crescimento diminuiu em comparação às décadas anteriores.
CATÓLICOS PERDEM ESPAÇO
Os católicos continuam sendo maioria no país, mas a participação caiu de 65% em 2010 para 56,7% em 2022. A redução segue uma tendência histórica. Em 1872, os católicos representavam 99,7% da população brasileira.
A maior proporção de católicos está no Piauí (77,4%) e a menor em Roraima (37,9%). Cidades do Rio Grande do Sul com forte influência italiana e polonesa chegam a registrar mais de 95% de católicos.
SEM RELIGIÃO E RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA TAMBÉM CRESCEM
O grupo de pessoas que se declara sem religião também aumentou, passando de 7,9% para 9,3%. Já as religiões de matriz africana, como umbanda e candomblé, subiram de 0,3% para 1%. O IBGE atribui o crescimento a movimentos contra a intolerância religiosa e ao fortalecimento da identidade desses praticantes.
EVANGÉLICOS SÃO MAIS JOVENS
A presença evangélica é maior entre jovens. Na faixa de 10 a 14 anos, 31,6% se declararam evangélicos. A maior proporção está na Região Norte (36,8%), com destaque para o Acre (44,4%). Já o Piauí apresenta a menor proporção (15,6%).
Em 58 municípios, os evangélicos são maioria. Em outros 244, mesmo não sendo maioria, são o grupo religioso mais numeroso.
ESPÍRITAS TÊM MAIOR ESCOLARIDADE ENTRE OS RELIGIOSOS
Entre os que possuem ensino superior completo, os espíritas lideram com 48%, seguidos por praticantes de umbanda e candomblé (25,5%). Os católicos somam 18,4% com nível superior completo, e os evangélicos, 14,4%.
As maiores taxas de analfabetismo estão entre seguidores de tradições indígenas (24,6%), católicos (7,8%) e evangélicos (5,4%).
PERFIL POR SEXO E RAÇA
As mulheres são maioria na maioria das religiões. Entre os evangélicos, representam 55,4%. Já entre os sem religião, os homens são maioria (56,2%).
Por cor/raça, o catolicismo é dominante entre brancos, pretos e pardos. Entre os indígenas, no entanto, os evangélicos são maioria (32,2%), seguidos por católicos (42,7%).