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ENTENDA O MOTIVO

Ex-presidente Collor é preso quanto tentava embarcar para Brasília

25 abril 2025 - 12h00Por Da Redação

Na madrugada desta sexta-feira (25), o ex-presidente do Brasil, Fernando Collor de Mello, foi preso em Maceió, Alagoas, em um desdobramento que marca mais um capítulo controverso da história política do país. A prisão aconteceu após Collor tentar se entregar às autoridades, com a intenção de se dirigir para Brasília. No entanto, ele foi detido em um aeroporto de Maceió às 4h21, em uma operação que pode ter implicações políticas de grande alcance.

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O MOTIVO DA PRISÃO

Fernando Collor foi preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que rejeitou um segundo recurso da defesa do ex-presidente, pedindo a revisão de sua condenação. Em maio de 2023, Collor foi condenado a 8 anos e 10 meses de prisão por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, relacionados a um esquema envolvendo a BR Distribuidora (atualmente chamada Vibra) e a UTC Engenharia. O caso é parte da Operação Lava Jato, investigação que desvelou um esquema de propinas envolvendo grandes contratos da Petrobras.

CONDENAÇÃO E RECURSOS REJEITADOS

A defesa de Collor havia tentado adiar a execução da pena, mas o STF considerou o recurso "meramente protelatório". Mesmo com a defesa afirmando que o ex-presidente estava se entregando voluntariamente, a decisão judicial foi clara e determinou o cumprimento imediato da pena. O recurso de sua defesa, que argumentava sobre a dosimetria da pena, foi negado, e Collor foi detido para cumprir a sentença. No momento, ele está preso na Superintendência da Polícia Federal em Maceió, aguardando decisão sobre o local definitivo para o cumprimento da pena.

A HISTÓRIA POLÍTICA DE FERNANDO COLLOR

Fernando Collor de Mello, de 75 anos, foi o 32º presidente do Brasil, eleito em 1989 como o primeiro após a ditadura militar. Seu governo, marcado por medidas polêmicas como o Plano Collor, que confiscou poupanças dos brasileiros, acabou sendo interrompido por um processo de impeachment em 1992, por acusações de corrupção. Após renunciar ao cargo, Collor foi absolvido das acusações em 1994, mas continuou a sua carreira política, sendo eleito senador por Alagoas. Sua prisão, portanto, não é um evento isolado, mas parte de um contexto histórico de escândalos envolvendo figuras proeminentes da política brasileira.

O PROCESSO E AS IMPLICAÇÕES POLÍTICAS

Este caso representa mais uma reviravolta na Operação Lava Jato e traz à tona o debate sobre a atuação da justiça no Brasil. A prisão de Collor, somada a outras figuras de peso da política brasileira, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, levanta questões sobre o combate à corrupção e a imparcialidade do Judiciário. Para muitos, a prisão de Collor é um sinal de que "ninguém está acima da lei", enquanto outros questionam a seletividade das investigações, especialmente quando se trata de figuras políticas influentes.

O QUE ACONTECE AGORA?

Collor permanece preso, aguardando a decisão final do STF. Em paralelo, a defesa de outros envolvidos no esquema também questiona a aplicação das penas. A próxima etapa do processo será a análise do caso pelo plenário do STF, com a possibilidade de revisão da sentença. Em termos políticos, a prisão de Collor, além de reacender discussões sobre a corrupção no Brasil, também coloca em evidência as fragilidades e forças do sistema judiciário brasileiro.

IMPLICAÇÕES SOCIAIS E POLÍTICAS PARA O BRASIL

A prisão de Collor tem um forte peso simbólico, pois coloca em questão a continuidade de práticas corruptas no Brasil e o futuro da democracia no país. Para os brasileiros, este evento reaviva as lembranças do Plano Collor, do impeachment e da Operação Lava Jato, além de levantar um debate sobre o papel do Judiciário na política. A detenção de um ex-presidente pode ser vista como um reflexo do amadurecimento da democracia, mas também gera debates sobre as falhas do sistema, o tempo de demora na aplicação da justiça e a necessidade de reformas estruturais.

O FUTURO DE COLLOR E A POLÍTICA BRASILEIRA

Embora a prisão de Fernando Collor tenha sido um golpe simbólico para muitos, o caso ainda está longe de ser resolvido. O impacto de sua detenção será discutido não só no âmbito jurídico, mas também no político, com repercussões para a confiança dos cidadãos nas instituições e nas figuras políticas de destaque. O ex-presidente se junta a outros ex-líderes do Brasil que enfrentaram a justiça por corrupção, refletindo um Brasil em constante transformação, mas com desafios persistentes no combate à impunidade.