As exportações de carne bovina in natura do Brasil para os Estados Unidos registraram queda de 61,8% em junho, na comparação com abril, quando o país havia alcançado recorde histórico de vendas ao mercado americano. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Carne (Abiec), o volume embarcado caiu de 47.836 toneladas para 18.232 toneladas no período.
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NOVA TARIFA IMPOSTA
A redução ocorre após o governo dos EUA, liderado por Donald Trump, impor uma sobretaxa de 10% sobre as importações de carne brasileira, em abril. O governo norte-americano já anunciou novo aumento, elevando a tarifa adicional para 50% a partir de 1º de agosto.
DADOS DO GOVERNO BRASILEIRO
Segundo o Ministério da Agricultura, em abril foram exportadas 44.164 toneladas de carne bovina brasileira para os EUA. Já em junho, o número caiu para 13.454 toneladas, acompanhando a tendência de retração.
DESACECLERAÇÃO NO SEGUNDO SEMESTRE
Apesar da queda recente, o primeiro semestre de 2025 fechou com 156 mil toneladas de carne bovina exportadas para os Estados Unidos, o maior volume desde o início da série histórica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), iniciada em 1997.
IMPACTO DAS TARIFAS
Conforme acordos comerciais, o Brasil pode exportar até 65 mil toneladas de carne aos EUA sem tarifa. No entanto, essa cota geralmente é atingida nos primeiros meses do ano. Após isso, o produto brasileiro passa a ser taxado com uma tarifa padrão de 26,4%.
Com a sobretaxa de 10% aplicada em abril, a alíquota subiu para 36,4%. A partir de agosto, com o aumento adicional de 50%, o custo total para importar carne brasileira poderá alcançar 76,4%.
CONCORRÊNCIA ALTA
Especialistas alertam que esse aumento expressivo na taxação pode prejudicar ainda mais as exportações brasileiras nos próximos meses, favorecendo concorrentes em um dos mercados mais estratégicos para o setor.