Segundo reportagem publicada pela revista Exame nesta terça-feira (9), várias empresas no Brasil — de varejo popular a hotéis de luxo e até mineradoras — estão abandonando a escala de trabalho 6x1 em favor de modelos como 5x2 e 4x3. A rede sueca H&M, por exemplo, estreou no país impondo diretamente o regime 5x2 a todos os funcionários.
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No hotel de luxo Copacabana Palace, cerca de 90% dos 600 funcionários passaram a ter dois dias de folga por semana desde maio de 2025.
EMPRESAS BUSCAM ATRATIVIDADE E SAÚDE MENTAL
Executivos ouvidos pela Exame afirmam que a mudança visa garantir bem-estar, equilíbrio entre vida pessoal e trabalho, e reter talentos. Para eles, a escala 6x1 — com seis dias de trabalho seguidos de apenas um dia de folga — dificulta a qualidade de vida e afeta a saúde mental dos trabalhadores.
Algumas empresas vão além do 5x2: optam pela escala 4x3, inclusive adotando modelo híbrido e avaliação por produtividade, e não mais por horas trabalhadas.
PRESSÃO LEGAL E DEBATE PÚBLICO
O movimento empresarial vem em paralelo com uma proposta de emenda constitucional que busca eliminar a escala 6x1 em nível nacional, reduzindo a jornada e instituindo folgas mais regulares.
O governo federal também entrou no debate: divulgou vídeo oficial defendendo jornada de 40 horas semanais e adoção da escala 5x2 sem redução salarial.
IMPACTOS SOBRE TRABALHADORES E EMPRESAS
Para trabalhadores, a mudança pode significar mais tempo livre, menos desgaste físico e mental, e melhor qualidade de vida — especialmente em setores com cargas intensas ou funcionamento contínuo.
Por outro lado, há advertências sobre impactos econômicos. Estudo divulgado em 2025 indicou que o fim do 6x1 poderia reduzir até 16% do PIB nacional e gerar aumento da informalidade e desemprego em massa, por conta do aumento de custos operacionais para empresas.
TENDÊNCIA DE MUDANÇA
A adoção crescente de jornadas mais equilibradas sinaliza um movimento de valorização do bem-estar do trabalhador e de adaptação à nova realidade do mercado. Especialistas apontam que a redução da jornada e formatos alternativos de escala podem se tornar mais comuns — especialmente diante da pressão por saúde mental, vida pessoal e retenção de profissionais qualificados.


Algumas empresas vão além do 5x2: optam pela escala 4x3, inclusive adotando modelo híbrido e avaliação por produtividade, e não mais por horas trabalhadas. - Crédito: Divulgação 


