O Ministério da Fazenda publicou, nesta quarta-feira (1º), regras que impedem beneficiários do Programa Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC) de se cadastrar ou utilizar sites de apostas online, as chamadas bets. Os operadores terão até 30 dias para implementar as medidas.
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A decisão cumpre determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que proibiu o uso de benefícios sociais em apostas digitais.
MOVIMENTAÇÃO EM BETS
Segundo levantamento do Banco Central, divulgado em 2024, beneficiários do Bolsa Família movimentaram R$ 3 bilhões em sites de apostas apenas no mês de agosto daquele ano, utilizando transferências via Pix.
CONSULTA AO SISTEMA SIGAP
De acordo com a instrução normativa, as empresas de apostas devem consultar o Sistema de Gestão de Apostas (Sigap), do Ministério da Fazenda, para verificar se o usuário é beneficiário do Bolsa Família ou do BPC.
A checagem, feita por meio do CPF, deve ocorrer no momento do cadastro, no primeiro login diário e a cada 15 dias, em consultas gerais de todos os usuários.
ENCERRAMENTO DE CONTAS
Se identificado como beneficiário, o cadastro será negado. Caso a verificação ocorra após o registro, a conta deverá ser encerrada em até três dias.
Antes do bloqueio, o usuário será avisado e terá dois dias para retirar voluntariamente os recursos. Se não o fizer, o operador devolverá os valores para a conta cadastrada. Quando não for possível devolver, os recursos serão destinados, após 180 dias, ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e ao Fundo Nacional para Calamidades Públicas (Funcap).
QUEM MAIS ESTÁ IMPEDIDO DE APOSTAR
Além de beneficiários do Bolsa Família e do BPC, ficam proibidos de apostar:
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menores de 18 anos;
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proprietários, administradores, diretores, funcionários e pessoas com influência nos operadores de apostas;
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agentes públicos ligados à fiscalização e regulação do setor;
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técnicos, árbitros, dirigentes, organizadores e atletas de eventos esportivos;
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pessoas diagnosticadas com ludopatia;
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cidadãos impedidos por decisão administrativa ou judicial.
RETOMADA DO ACESSO
O bloqueio permanece enquanto o usuário constar como beneficiário de programas sociais. O acesso só poderá ser restabelecido caso o CPF deixe de integrar a base de dados do Sigap e não haja outra restrição legal.


Operadores de sites de apostas têm até 30 dias para adotar medidas que bloqueiem acesso de beneficiários do Bolsa Família e do BPC - Crédito: Shutterstock


