Decisão consta de relatório entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) - Crédito: Gabriel SilvaA Polícia Federal (PF) indiciou nesta quarta-feira (20) o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por coação a autoridades no âmbito da ação penal que apura a tentativa de golpe de Estado. O indiciamento aponta que ambos buscaram atrapalhar o processo em que Jair Bolsonaro é réu.
Participe do grupo do O Norte no WhatsApp e receba as notícias no celular.
CELULAR E MENSAGENS COMO PROVAS
A investigação teve acesso a mensagens extraídas de um celular apreendido com o ex-presidente. O relatório da PF indica que Bolsonaro promoveu intensa produção e propagação de conteúdos nas redes sociais, contrariando medidas cautelares impostas anteriormente pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o relatório, em 25 de julho de 2025, menos de uma hora após ativar um novo celular, o pastor Silas Lima Malafaia enviou instruções a Jair Bolsonaro para disparar vídeos nas redes sociais. Uma das mensagens dizia: “Se você se sente participante desse vídeo, compartilhe. Não podemos nos calar!”.
EDUARDO BOLSONARO TAMBÉM NO FOCO
O indiciamento de Eduardo Bolsonaro se baseia em publicações do deputado em inglês, com intenção de atingir o público internacional e interferir no andamento da AP 2668/DF, além de coagir autoridades públicas brasileiras, conforme apontou o relatório da PF.
MANDADO CONTRA MALAFAIA
Como parte das diligências, agentes da PF cumpriram mandado de busca pessoal contra o pastor Malafaia, com apreensão de celular e outros materiais. Ele chegou ao Brasil nesta quarta-feira, vindo de Lisboa, e foi conduzido ao Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, para prestar depoimento à Polícia Federal.
ÁUDIOS E REGISTROS APAGADOS
O relatório da PF destaca que áudios e conversas apagados do celular de Jair Bolsonaro, envolvendo Malafaia e Eduardo Bolsonaro, reforçam as tentativas de intimidar autoridades e atrapalhar a investigação sobre a trama golpista.
DISCUSSÃO SOBRE ASILO POLÍTICO
A investigação identificou mensagens em que Jair Bolsonaro discutia com aliados a possibilidade de solicitar asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei.
CONTEXTO DA INVESTIGAÇÃO
O inquérito foi aberto em maio, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), após denúncias de atuação de Eduardo Bolsonaro em busca de sanções contra ministros do STF junto ao governo dos Estados Unidos.
Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliar por descumprimento de ordens judiciais. Em julho, o ministro Alexandre de Moraes prorrogou a investigação por mais 60 dias, destacando a necessidade de novas diligências.
